A nova ordem internacional decorre dos efeitos provocados por dois acontecimentos “detonadores” – o final da guerra fria e o 11 de Setembro – que conduziram a alterações substanciais na estrutura de poder mundial, e por um outro “revelador” da realidade das relações de poder e de força – a crise iraquiana.
Segundo o autor, o novo recorte geopolítico mundial é actualmente caracterizado por um modelo complexo e original na estrutura de poder mundial que podemos designar por uni-multipolar, e pela coexistência de dois vastos movimentos geopolíticos e geoestratégicos – a “grande guerra” contra o terrorismo, a proliferação das armas de destruição massiva e os Estados Párias, por um lado, e o jogo de “contenções múltiplas” entre a pressão hegemónica dos Estados Unidos e as grandes potências (UE, Rússia e China) que se batem no sentido de conter ou mesmo contrariar essa hegemonia, por outro.
Estes amplos movimentos geopolíticos ocorrem ainda num contexto fortemente marcado pela emergência das ameaças assimétricas e pela tentativa de se estabelecerem novas estratégias para lhes fazer face, pois os conceitos operacionais de acções preventivas e preemptivas ganharam um novo sentido.