Vivemos uma era complexa, ainda difusa, de transição dos sistemas de fragmentação audiovisual, específicos do cabo e dos satélites, para os sistemas de hiperfragmentação de ambiente web. Neste processo as televisões transnacionais estão em relativa perda, mas por enquanto ainda detêm canais de distribuição poderosos nas principais áreas estratégias do globo, com excepção daquelas onde, por motivos de censura ou pela ordem totalitária, nem sempre podem penetrar. Trata-se de um modelo com diversas condicionantes, quer à partida, quer à chegada, o que configura um sistema de comunicação crítico, cuja subordinação a interesses locais e/ou globais afecta o sua diversidade narrativa. É, finalmente, um modelo em regra marcado por regularidades discursivas estranhas ao pluralismo político, cultural e geográfico, e assim mais próximo daquilo a que podemos chamar a «história única» do que de um sistema aberto, plural e participado.
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Professor Associado com Agregação do Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa. É Coordenador do Mestrado de Novos Media e Práticas Web, Coordenador do Curso de Licenciatura e membro da Comissão Executiva do DCC-FCSH. É investigador do CIMJ, Centro de Investigação Media e Jornalismo.
Resumo
Vivemos uma era complexa, ainda difusa, de transição dos sistemas de fragmentação audiovisual, específicos do cabo e dos satélites, para os sistemas de hiperfragmentação de ambiente web. Neste processo as televisões transnacionais estão em relativa perda, mas por enquanto ainda detêm canais de distribuição poderosos nas principais áreas estratégias do globo, com excepção daquelas onde, por motivos de censura ou pela ordem totalitária, nem sempre podem penetrar. Trata-se de um modelo com diversas condicionantes, quer à partida, quer à chegada, o que configura um sistema de comunicação crítico, cuja subordinação a interesses locais e/ou globais afecta o sua diversidade narrativa. É, finalmente, um modelo em regra marcado por regularidades discursivas estranhas ao pluralismo político, cultural e geográfico, e assim mais próximo daquilo a que podemos chamar a «história única» do que de um sistema aberto, plural e participado.
Palavras-chave
Como citar este artigo
Cádima, Francisco Rui (2010) “Televisões globais; História única”. JANUS.NET e-journal of International Relations, N.º 1, Outono 2010. Consultado [online] em data da última consulta, http://hdl.handle.net/11144/483
Artigo recebido em 1 Maio, 2010 e aceite para publicação em 1 Setembro, 2010