As redes sociais virtuais vieram oferecer a possibilidade de um debate aberto e plural, onde todos os que detenham a necessária literacia e meios podem participar na criação e difusão de informação. Pressionando agentes políticos e determinando a agenda de muitos media, os utilizadores demonstram estarmos ante uma plataforma ideal para a criação de verdadeiros movimentos sociais ou de eventos mais ou menos fugazes, como manifestos ou campanhas virtuais. Não obstante, para que consigamos compreender o papel das redes sociais virtuais no mundo actual, haverá que responder previamente a algumas questões. Estaremos ante um novo modelo comunicacional, onde o produto da interactividade “desinteressada” cria uma aura de confiança na informação divulgada, por vezes bem superior à presente nos old media? Será essa interactividade a possibilidade de combate a um desprendimento crescente do cidadão ante a res publica? Teremos no jornalismo do cidadão, veiculado através das redes sociais virtuais, a consagração de um verdadeiro quarto poder? Por outro lado, poderemos apelidar as diversas acções colectivas a que temos assistido de verdadeiros “movimentos sociais”? O artigo que se segue pretende abordar estas e outras questões que se colocam no intricado mundo do social cibernético.
Coordenador do Mestrado em CCTi (IUL), investigador (CIES-IUL) e professor de Media e Sociedade (ISCTE–IUL). Desenvolve trabalho com Departamento de Comunicação e Estudos da Performativos da Universidade de Milão.Tem cooperado internacionalmente em redes europeias de investigação com IN3 (Internet Interdisciplinary Institute) em Barcelona, com o WIP (World Internet Project) na USC Annenberg, COST A20 “The Impact of the Internet on Mass Media”, COST 298 “Broadband Society” e COST 609 “Transforming Audiences”. Conselheiro da Sociedade da Informação e políticas de telecomunicações para a Presidência da República Portuguesa (1996-2006) e em 2008 foi escolhido pelo Fórum Econômico Mundial como “Young Global Leader. Co-editor, com Manuel Castells, do livro “Sociedade em Rede: do Conhecimento à Acção Política” e Editor Associado do journal IJOC (USC Annenberg) e do journal IC&S (Routledge). É membro dos painéis de avaliação do European Research Council e da European Science Foundation.
Mestranda em Comunicação, Cultura e Tecnologias de Informação (ISCTE-IUL), licenciada em Direito na Faculdade de Direito (Universidade de Lisboa). Desenvolve trabalho de investigação nas áreas da Comunicação Política e dos Novos Media em instituições como o OberCom (Observatório da Comunicação), o LINI-ISCTE (Lisbon Internet and Networks Institute), o CIES-ISCTE, o CIMDE-IPL (Centro de Investigação Media e Democracia), e a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social). Entre os seus trabalhos publicados contam-se abordagens sobre o Pluralismo nos Media, a Literacia Mediática, e o Activismo Político online.
Resumo
Palavras-chave
Como citar este artigo
Cardoso, Gustavo; Lamy, Cláudia (2011). “Redes sociais: comunicação e mudança”. JANUS.NET e-journal of International Relations, Vol. 2, N.º 1, Primavera 2011. Consultado [online] em data da última consulta, http://hdl.handle.net/11144/500
Artigo recebido em 1 Setembro, 2010 e aceite para publicação em 1 Março, 2011