PROTEÇÃO DOS PROCESSOS DEMOCRÁTICOS E DOS ATOS ELEITORAIS CONTRA MEDIDAS ATIVAS DIGITAIS RUSSAS: 2016 COMO ANO DE REFERÊNCIA

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ricsilvestre@hotmail.com

Doutor em Filosofia pela Universidade de Connecticut, com major em fisiologia humana, e um mestrado em Relações Internacionais pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia de Lisboa, com enfoque no futuro do debate político online. International Officer do think tank Movimento Liberal Social (Portugal). Coordenador de projetos de comunicação política com o European Liberal Forum, o think tank do Partido Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa no Parlamento Europeu. Os seus principais interesses na área da investigação política são: o futuro da democracia, soluções digitais para problemas societais, e a transição e independência energética da União Europeia com a respetiva diminuição do dilema segurança para com países autoritários e iliberais.

Resumo

A Rússia tem sido acusada de forma credível de tentar enfraquecer as democracias liberais ocidentais com o uso de meios digitais. Peritos em cibersegurança, agências de informação e segurança, jornalistas de investigação e serviços governamentais, detalharam as ações do Kremlin no acesso ilegal a infraestruturas digitais, divulgando conteúdos roubados online, e influenciando o debate político sobre plataformas digitais para criar discórdia e polarização. Estas iniciativas estão incluídas numa estratégia mais ampla de alteração do equilíbrio de poder na ordem internacional através das chamadas “medidas ativas”. Duas das mais consequentes aplicações recentes deste tipo de medidas tiveram lugar em 2016, nas Eleições Presidenciais dos Estados Unidos e no Referendo Brexit. Relatórios tornados públicos com as avaliações dos erros cometidos pelos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido mostram que houve uma proteção insuficiente desses dois processos cruciais de consulta pública. Os erros cometidos por estes países na proteção da democracia contra agentes hostis com um elevado nível de proficiência digital, devem ser um ponto de interesse, e de urgência, para a União Europeia. É de esperar que este tipo de operação de influência continue, e se torne mais sofisticada, uma vez que podem visar eleições nos Estados-Membros da União, mas também para o Parlamento Europeu. A deteção precoce, a aplicação de contramedidas e a partilha de informação com os eleitores deste tipo de ataques por agências estrangeiras é um importante mecanismo de defesa que precisa de ser reforçado e expandido.

Russia has been credibly accused of trying to weaken Western liberal democracies with use of digital means. Cybersecurity experts, intelligence agencies, investigative journalists, and government services, have detailed the Kremlin's actions in illegally accessing digital infrastructures, disseminating stolen contents online, and influencing political debate on digital platforms to create dissention and polarization. These initiatives are included in a wider strategy of altering the balance of power in the international order via what are known as ‘active measures’. Two of the most consequential recent application of this kind of measures took place in 2016, in the United States Presidential Elections and in the Brexit Referendum. Reports made public with the assessments of errors committed by the United States and the United Kingdom governments show there was an insufficient protection of those two crucial public consultation processes. The mistakes made by these countries in protecting democracy from hostile agents with a high level of digital proficiency, should be a point of interest, and urgency, for the European Union. It is to be expected that this kind of influence operation will continue, and become more sophisticated, as they can target elections in Member States of the Union, but also for the European Parliament. The early detection, applying of countermeasures, and the sharing of information with the voters of this kind of attacks by foreign agencies is an important defense mechanism that needs to be strengthen and expanded.

Palavras-chave

Como citar este artigo

Silvestre, Ricardo (2022). Protection of democratic processes and electoral acts from Russian digital active measures: 2016 as a reference year. In Janus.net, e-journal of international relations. Vol13, Nº. 1, May-October 2022. Consulted [online] on the date of the last visit, https://doi.org/10.26619/1647-7251.13.1.2

Artigo recebido em 11 Maio, 2021 e aceite para publicação em 3 Março, 2022

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