A insistência do retorno da violência em países onde a ONU interveio para promover a paz tem alimentado um debate sobre a eficácia dos instrumentos internacionais de resolução de conflitos. Este artigo reflecte sobre a evolução que estes instrumentos foram fazendo como resposta à recorrência da violência, à luz do que terá sido uma aproximação ao conceito de paz positiva de Johan Galtung. Partindo de dois estudos de caso (Guatemala e Haiti) marcados pelas alterações no discurso e práticas das Nações Unidas que esta aproximação inspirou, sustenta que os instrumentos da ONU para a paz serão tão mais eficazes quando respeitarem a proposta do autor não apenas nos resultados que pretendem alcançar, mas também na forma como operacionalizarem uma paz positiva no terreno. Analisa, assim, como serão dificuldades na implementação de processos mais amplos, locais e inclusivos que estarão a afectar a promoção de pazes mais sustentáveis, contaminando também os mecanismos usados para avaliar a sua eficácia.
PENSAR A PAZ POSITIVA NA PRÁTICA. AVALIAR A EFICÁCIA DAS NAÇÕES UNIDAS NA IMPLEMENTAÇÃO DE UMA PAZ AMPLA
Doutorada em Conflito Político e Processos de Pacificação, pela Universidade Complutense de Madrid (2015, Espanha). Tendo um percurso centrado na análise e apoio à formulação de políticas em matéria de governação, consolidação da paz e desenvolvimento para diferentes entidades (governos, Comissão Europeia, Nações Unidas, think tanks internacionais), é actualmente consultora externa para a Comissão Europeia, prestando apoio tanto à Sede como às Delegações em matérias relacionadas predominantemente com direitos humanos, participação da sociedade civil e resolução de conflitos.
Resumo
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Como citar este artigo
Moita, Madalena (2016). “Pensar a paz positiva na prática. Avaliar a eficácia das Nações Unidas na implementação de uma paz ampla”. JANUS.NET e-journal of International Relations, Vol. 7, N.º 1, Maio-Outubro 2016. Consultado [online] em data da última consulta, http://hdl.handle.net/11144/2622
Artigo recebido em 15 Fevereiro, 2016 e aceite para publicação em 11 Março, 2016