Os Emirados Árabes Unidos (EAU) ganharam independência em 1971 através da unidade de
vários sheikhdoms. Esta unificação foi inicialmente uma formalidade, empreendida para
assegurar a independência política e o reconhecimento do Estado. Contudo, uma vez que a
estrutura federal dos EAU se tornou uma realidade, o Estado precisava de aumentar a lealdade
para com o Estado Federal. Este estudo analisa porque é que os EAU precisavam de construir
uma identidade comum “Emirati” e como é que a construíram. Argumenta que, tal como
outros Estados-Nação, os EAU tentaram criar uma identidade que englobasse os seus
cidadãos, excluindo outras identidades históricas e geográficas; o seu objectivo era purificar
a sua população através de uma tentativa de mostrar que os “expatriados” e os “cidadãos”
dos EAU são completamente distintos uns dos outros. Assim, o estudo analisa tanto o
cosmopolitismo pré-independência dos EAU como a sua lei nacional pós-independência e os
objectivos estatais na purificação da nação, um processo exacerbado pela tensão de alto nível
entre o Estado Federal e os emirados. Além disso, são é estudada a utilização de símbolos na
construção da identidade através de iniciativas patrocinadas pelo Estado. No caso dos EAU,
estes símbolos incluem o mito dos pais fundadores, símbolos étnicos e outras questões
patrimoniais, todos eles estudados com referência a grandes obras teóricas sobre o
nacionalismo moderno, tais como Comunidades Imaginadas, Invenção da Tradição,
Nacionalismo Banal, e Simbolismo Etnográfico.