O fim da guerra fria alterou o paradigma no que respeita ao papel e âmbito de aplicação da força militar na gestão e na resolução de conflitos. Com um intervencionismo crescente da comunidade internacional, a nova geração de operações de paz adotou uma abordagem multidimensional com a força militar a ser empregue de forma articulada com os restantes instrumentos do Poder, garantindo-se o devido enquadramento estratégico face ao estado final desejado. Esta nova abordagem e a crescente complexidade conflitos, predominantemente de natureza intraestatal, têm levado, por um lado, a que o entendimento dos tradicionais princípios das operações de paz esteja a ser equacionado, e por outro, a que as forças militares enfrentem diversos desafios. O mais complexo prende-se com o emprego efetivo das suas capacidades de combate, pois parece faltar vontade política para, depois de se efetuar o deployment das forças, garantir o seu emprego efetivo. No entanto, sendo o emprego efetivo da força o elemento mais crítico, mas simultaneamente mais diferenciador e caraterizador do emprego do instrumento militar, na gestão e na resolução de conflitos, assumiram relevo um elevado leque de capacidades das forças militares que, ultrapassando as tradicionais capacidades de combate, se mostram de grande utilidade, nomeadamente em apoio, complemento ou mesmo substituição de capacidades não militares.
A UTILIZAÇÃO DA FORÇA MILITAR NA GESTÃO E RESOLUÇÃO DE CONFLITOS
Licenciado em Ciências Militares (Infantaria) pela Academia Militar, desempenha atualmente as funções de assessor militar, Gabinete do Ministro da Defesa Nacional, no XXI Governo Constitucional (Portugal). Prestou serviço em diversas unidades das Forças Armadas onde desempenhou funções nas componentes operacional operação de apoio à paz no Kosovo, 1999-2000 e 2005; evacuação de cidadãos nacionais na Guiné e no Congo, 1998), de ensino e formação. Foi professor no Instituto de Estudos Superiores Militares, na área de Ensino das Operações, desempenhando funções de assessoria e formação em Angola (2008-9) e Moçambique (2009). Desempenhou o cargo de Oficial de Operações e Treino da Brigada de Intervenção (após 2010, Coimbra), sendo nomeado Comandante do 1º Batalhão de Infantaria da Brigada de Intervenção (2012). Foi assessor no Gabinete do Ministro da Defesa Nacional no XIX e XX Governos Constitucionais. Mestre em Estudos da Paz e da Guerra nas Novas Relações Internacionais, pela Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e está habilitado com o curso de Especialização em Informações e Segurança (Instituto Superior de Ciências Sociais e Politicas) e com o Curso de Operações de Paz e Ação Humanitária, tendo participado no International Visitor Leadership Program, nos Estados Unidos, no âmbito da resolução de conflitos. É autor do livro “Resolução de conflitos – o papel do emprego do instrumento militar” e co-autor do livro “A luta armada timorense na resistência à ocupação: 1975-1999”. É doutorando em Relações Internacionais na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa.
Resumo
Palavras-chave
Como citar este artigo
Oliveira, António (2016). “A utilização da força militar na gestão e resolução de conflitos”. JANUS.NET e-journal of International Relations, Vol. 7, N.º 1, Maio-Outubro 2016. Consultado [online] em data da última consulta, http://hdl.handle.net/11144/2621
Artigo recebido em 8 Fevereiro, 2016 e aceite para publicação em 13 Março, 2016