JANUS 2018-2019 – A DIMENSÃO EXTERNA DA SEGURANÇA INTERNA

Num mundo marcado pela globalização económica, tecnológica e informativa, por muito que alguns actores políticos pretendam regressar ao isolacionismo e ao nacionalismo, as sociedades permanecem atentas e abertas ao exterior. A permeabilidade dos fenómenos políticos, económicos, sociais e culturais à conjuntura externa ajuda, em grande medida, a explicar a perenidade do protagonismo das Relações Internacionais na agenda mediática. Talvez seja essa uma das razões pelas quais o Anuário Janus continua um projecto vivo e actual depois de mais de vinte anos passados sobre a sua primeira edição.

Portugal é dos países mais abertos do mundo e é, justamente, essa abertura que esta publicação pretende reflectir. Pese os ataques que as sociedades abertas têm vindo a sofrer, o nosso país faz parte de um espaço constituído por algumas das democracias mais avançadas do mundo – a União Europeia – e beneficia dessa participação todos os dias, em pequenas interacções que só se fariam notar caso desaparecessem repentinamente. A liberdade de circulação no Espaço Schengen ou a possibilidade que os nossos alunos do ensino superior têm de fazer um semestre no estrangeiro, ao abrigo do Programa Erasmus, são duas destas, embora simples e discretas, grandes conquistas.

Apesar da crise constante que assola a Europa desde há décadas, a integração europeia significou uma autêntica revolução para Portugal. Não apenas na dimensão económica e comercial, mas também no que implicou em matéria de aprofundamento da cooperação mesmo nos domínios da soberania mais tradicional do Estado. A administração interna é uma dela e essa é uma das razões para que o capítulo temático do nosso Anuário Janus 2018-2019 tenha como mote “A dimensão externa da segurança interna”.

Numa era em que tanta informação nos chega quase ao segundo, reafirmamos o nosso compromisso com uma publicação, elaborada por especialistas para não especialistas, destinada à reflexão sobre temáticas que, embora nos possam parecer distantes, nos afectam enquanto cidadãos.

Resta-nos agradecer a todos os autores que colaboraram neste número e ao ICPOL, centro de investigação do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, parceiro do OBSERVARE, cuja direcção prontamente aceitou o nosso desafio de desenvolver o capítulo temático.

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