Seguindo um estudo de caso sobre a fronteira soviético-finlandesa nos anos 20, o artigo
analisa os problemas de segurança das fronteiras internacionais soviéticas e o desempenho
das respostas iniciais no terreno. É discutido o projecto de securitização das primeiras
fronteiras soviéticas entrelaçado com as ameaças à segurança, e as implicações das primeiras
operações de “limpeza” nas zonas fronteiriças. É defendida a ideia que os soviéticos
participaram nas suas primeiras experiências de “limpeza profiláctica” em meados da década
de 1920 nas zonas fronteiriças relativamente estáveis, mais cedo do que se materializaram
as primeiras “ameaças à segurança” dos anos 20. A herança da revolução e da guerra civil,
misturada com os princípios da ideologia bolchevique, deixou a sua marca na mentalidade de
Estaline como principal desencadeador da “violência cíclica” soviética. Mas, como muitos
estudiosos argumentam, gerou um continuum de hibernação, nunca cessando a violência
estatal que foi facilmente desencadeada localmente pelos actores regionais.