Compreender o desfasamento originado pela atividade civil-militar e seus efeitos na estratégia
é um contributo essencial para a prática da estratégia. Partindo da análise de casos de valor
intrínseco para esta investigação, avalia-se a prática da estratégia para demonstrar que o
desfasamento entre política e estratégia militar resulta do facto de a guerra, como variável
dependente da política, assumir variações imprevisíveis, que obriga a que a estratégia, como
variável interveniente e como atividade resultante das relações civis-militares, seja definida
como teoria do sucesso. Este argumento está baseado em três explicações para a existência
daquele desfasamento: (1) a natureza da guerra influencia a natureza e a eficácia da
estratégia militar, porque os atores envolvidos atuam num ambiente de imprevisibilidade; (2)
a estabilidade e a coerência da relação entre política e guerra, materializada na prática da
estratégia militar, obriga a considerar que a razão da estratégia é o sucesso; (3) a eficácia
das relações civis-militares é determinante para diminuir as tensões naturais entre a ação
política e a ação militar. Conclui-se que a estratégia militar, como resultado do domínio das
relações civis-militares, segue as dinâmicas da complexa relação entre política e guerra.
O DESFASAMENTO ENTRE POLÍTICA E ESTRATÉGIA MILITAR: UMA ANÁLISE AO IRAQUE (2006-2007) E AFEGANISTÃO (2009)
Coronel Tirocinado do Exército Português (Portugal) e professor de Estratégia e História Militar no
IUM. Qualificado com o Curso de Estado-Maior pelo IAEM; Qualificado com o Curso de EstadoMayor de las Fuerzas Armadas de España. Doutor em História, Defesa e Relações Internacionais
pelo ISCTE-IUL. Investigador no Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL
Resumo
Palavras-chave
Como citar este artigo
Barroso, Luís (2023). O desfasamento entre política e estratégia militar: uma análise ao Iraque
(2006-2007) e Afeganistão (2009). Janus.net, e-journal of international relations, Vol14 N1, MaioOutubro 2023. Consultado [em linha] em data da última consulta, https://doi.org/10.26619/1647-7251.14.1.6
Artigo recebido em 26 Julho, 2022 e aceite para publicação em 4 Março, 2023