OBSERVARE
Universidade Autónoma de Lisboa
ISSN:
Vol. 3, n.º 1 (Primavera 2012), pp.
AS ESTRATÉGIAS DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS DA SOCIEDADE
CIVIL NO DOMÍNIO AMBIENTAL
Brígida Rocha Brito
Professora no Departamento de Relações Internacionais, Universidade Autónoma de Lisboa (Ambiente e Relações Internacionais, Cooperação Internacional, Mundo Contemporâneo).
Investigadora do OBSERVARE (UAL) e subdirectora da JANUS.NET,
Resumo
“As estratégias das ONGs no domínio ambiental” é o resultado de uma investigação realizada no âmbito do Projecto “As estratégias dos actores internacionais no domínio ambiental”, desenvolvido no OBSERVARE, Observatório de Relações Exteriores da
Universidade Autónoma de Lisboa.
O objectivo do estudo foi compreender e caracterizar a intervenção das ONGs portuguesas, ou radicadas em Portugal, no domínio ambiental, identificando e avaliando as relações estabelecidas com o exterior, nomeadamente no que respeita a: países privilegiados; tipos de parceiros; áreas sectoriais de intervenção; metodologias e instrumentos.
O estudo
Face ao âmbito alargado do Estudo, foi construído um pequeno questionário, disponibilizado online, seguindo o critério da garantia do anonimato. Após a elaboração de uma listagem de ONGs (ONGAs e ONGDs), foi efectuado um envio alargado solicitando a colaboração através da resposta ao questionário (N=43). A partir da análise dos dados e da confrontação com os conceitos anteriormente explorados,
Palavras chave:
Ambiente, Conservação, Organizações Não Governamentais, Parceria
Como citar este artigo
Brito, Brígida (2012). "As estratégias das organizações portuguesas da sociedade civil no domínio ambiental”. JANUS.NET
Primavera 2012. Consultado [online] em data da última consulta, observare.ual.pt/janus.net/pt_vol3_n1_art5
Artigo recebido em Dezembro de 2011 e aceite para publicação em Maio de 2012
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As estratégias das Organizações Portuguesas da Sociedade Civil no domínio ambiental Brígida Rocha Brito
AS ESTRATÉGIAS DAS ORGANIZAÇÕES PORTUGUESAS DA SOCIEDADE
CIVIL NO DOMÍNIO AMBIENTAL
Brígida Rocha Brito
1. Aspectos introdutórios
O texto “As estratégias das Organizações da Sociedade Civil no domínio ambiental”1 é o resultado de uma investigação (Estudo) desenvolvida no âmbito do Observatório de Relações Exteriores (OBSERVARE) da Universidade Autónoma de Lisboa (UAL), sobre a actuação das Organizações da Sociedade Civil2 (ONGs) perspectivada do ponto de vista ambiental e enquadrada por dinâmicas internacionais. Este tema tem sido objecto de particular atenção no quadro do Projecto “As estratégias dos actores internacionais no domínio ambiental”, enquadrado pela Linha de Investigação "As tendências da Actualidade Internacional".
O objectivo geral do Estudo foi compreender a intervenção das ONGs portuguesas, ou com representação e actividade em Portugal, no domínio ambiental e os objectivos específicos, que decorreram do anterior,
a)Identificação das áreas de intervenção das ONGs,
b)Caracterização das actividades - principal e secundárias - das Organizações da Sociedade Civil no que respeita às dinâmicas
c)Definição das relações estabelecidas com outras entidades internacionais, entendidas como facilitadoras por vizabilizarem a prossecução das acções planeadas e a implementação dos projectos.
De uma forma geral, tanto no meio académico e científico como no de intervenção, tem sido consensual a ideia de que a Sociedade Civil, e as Organizações que emergem no
1Os resultados da investigação foram apresentados em comunicação no I Congresso Internacional do OBSERVARE, no dia 17 de Novembro de 2011, na secção "Economia e Ecologia" que decorreu na sala 2 da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa. O Congresso foi organizado e promovido pelo Observatório de Relações Exteriores (OBSERVARE) da Universidade Autónoma de Lisboa, sob o tema "As tendências Internacionais e a posição de Portugal".
2Neste contexto,
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seu seio, se têm confrontado com dificuldades3 várias no que respeita à continuidade da sua actuação. Como forma de minimizar os constrangimentos que limitam a intervenção, em muitos casos ameaçando a continuidade das acções, as ONGs tendem a considerar a possibilidade de encetar ligações com o exterior que tendem a
a)as principais áreas geográficas que mais vezes têm recolhido a atenção das ONGs portuguesas ou com intervenção em Portugal;
b)os países com os quais são estabelecidas parcerias;
c)as principais entidades financiadoras dos projectos e dos programas, incluindo as organizações internacionais; d) o
e)as áreas sectoriais de intervenção que têm sido privilegiadas;
f)as metodologias seguidas e os instrumentos que têm servido de base para a intervenção em função dos objectivos previamente delineados.
2. Algumas considerações sobre a Metodologia
Tendo presentes os objectivos apresentados (cf. 1. Aspectos introdutórios), e com a preocupação de complementar a análise conceptual com a interpretação da realidade, evitando assim tanto as dispersões analíticas como as discussões excessivamente teóricas, procurou
Como a denominação da metodologia parece sugerir, desde que se reconheceu o mérito e a pertinência científica destas abordagens que houve uma tendência para centrar os estudos em situações claramente
3A nível mundial, em particular nos países com economias pobres mas também em Portugal, é comum encontrarmos referências sobre Organizações Não Governamentais que se confrontam com limites de actuação em resultado da reduzida capacidade orçamental, da falta de financiamento, da precariedade de conhecimento científico e técnico especializado em determinadas áreas sectoriais, da escassez de recursos humanos, entre outros factores.
4A opção inical pelo estudo de caso decorreu do conhecimento prévio que a investigadora, e autora, detém do modelo organizativo das ONGs portuguesas, bem como das formas de abordagem e intervenção, captação de fundos a nível internacional e estabelecimento de parcerias. Contudo, ao longo da investigação,
5A adopção da metodologia de estudo de caso em investigações desta natureza não apresenta consensualidade, se bem que possa ser justificada com base nos critérios explicitados ao longo do texto.
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que têm adoptado estas práticas para a apreensão da realidade são enquadradas pelas Ciências Sociais e orientam o processo de pesquisa para uma inserção no terreno com observação directa e avaliação posterior. Neste âmbito6, é muito comum o recurso a estudos de caso para a condução de investigações que impliquem trabalho de campo sendo assim conotados com abordagens predominantemente qualitativas.
Uma revisão aprofundada da literatura de referência indica que, actualmente, não existem limites para o uso desta metodologia nem vinculação obrigatória a procedimentos meramente qualitativos. As abordagens convencionais iniciais que recorriam ao estudo de caso centravam a análise em técnicas qualitativas, nomeadamente recorrendo às técnicas da entrevista e da observação directa com construção de um diário de pesquisa ou diário de campo. O entendimento da aplicabilidade desta metodologia evoluiu no sentido de uma maior flexibilidade na selecção das técnicas de recolha e de tratamento precisamente por não ser sempre exequível uma inserção no terreno seguindo a observação in loco. Nas investigações mais recentes7, em que a opção recaiu na metodologia do estudo de caso, é demonstrada a possibilidade de recorrer a técnicas de natureza quantitativa no que respeita à recolha e ao tratamento de dados, como sucede com o inquérito por questionário. Esta é uma opção metodológica que depende do tipo de estudo que se realiza, do objecto em análise e do âmbito do universo, podendo haver necessidade de recorrer a uma base amostral, por impossibilidade de contemplar a totalidade de situações8.
É, de forma consciente em relação ao risco de uma interpretação menos consensual, que neste estudo se adoptam procedimentos mistos, sendo também entendido como um contributo para a promoção de debates futuros. Apesar da adaptabilidade da metodologia não apresentar consenso, podendo gerar discussão no que respeita à pertinência e cabimento em análises com tendência para a quantificação, é importante clarificar que, ao longo do tempo, a relevância desta metodologia e a sua adaptação a diferentes tipos de investigação tem sido objecto tanto de revisão conceptual como de procedimentos, abrindo diferentes possibilidades no que respeita à selecção dos instrumentos a utilizar no decurso das pesquisas. Com um sentido revisionista a partir das abordagens metodológicas mais convencionais, alguns autores9
6Desde que passou a ser considerada como válida do ponto de vista científico, a metodologia do estudo de caso tem vindo a ser particularmente utilizada em análises enquadradas pelas áreas científicas da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia. Recentemente, surgem novas concepções que permitem interligar técnicas quantitativas e qualitativas, ou atribuir prioridade a uma delas, em função das características dos objectos de estudo. Este factor não retira importância à forma de abordagem nem a descridibiliza do ponto de vista científico.
7Apesar de inicialmente serem as Ciências Sociais a recorrer a estes procedimentos metodológicos, com o tempo, alguns estudos enquadrados por áreas científicas exactas, como a Matemática e sua adequação à Contabilidade, optaram pela concepção de estudos de caso recorrendo a técnicas tendencialmente quantitativas. Para um aprofundamento sobre esta questão, cf. por exemplo, Ponte, João Pedro (2006). Estudos de caso em educação matemática. Bolema, Boletim de Educação Matemática, 25.
8Nestes casos, o objectivo não é proceder a extrapolações e generalizações a partir de uma amostra representativa, definida previamente e seguindo critérios estatísticos, mas antes identificar tendências facilitadoras do conhecimento sobre um determinado tema.
9Sobre esta questão podem
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Segundo Robert Yin (1994; 2001) e Judith Bell (1997) esta metodologia é particularmente utilizada sempre que se pretende compreender e descrever os pressupostos de um problema entendido como complexo com identificação das interacções entre as dimensões que o constituem. Assim, pode
No planeamento das acções a desenvolver, são considerados três momentos principais distintos (Yin, 2001) mas interrelacionados, a saber: 1) a definição do modelo teórico de enquadramento e a selecção dos casos a analisar; 2) o levantamento de dados fundamentado em instrumentos de recolha previamente construídos; 3) a análise relacionada dos dados por referência às questões teóricas anteriormente apresentadas. De acordo com esta explicitação, através do seguimento do estudo de caso é procurada, mais do que uma discussão de conceitos ou abordagens teóricas, a apresentação de um relato dos factos permitindo uma melhor compreensão do objecto de estudo e uma descrição, o mais exaustiva possível, de situações concretas, que promovam o aprofundamento dos conhecimentos sobre uma determinada realidade. João Pedro Ponte define esta metodologia como:
“uma investigação que se assume como particularística, isto é, que se debruça deliberadamente sobre uma situação específica que se supõe ser única ou especial, pelo menos em certos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais essencial e característico e, desse modo, contribuir para a compreensão global de um certo fenómeno de interesse” (Ponte, 2006: 2).
No que respeita a este estudo em concreto, procurou
1)Não foi possível proceder à observação no terreno da actuação das Organizações da Sociedade Civil que colaboraram na análise, e que consistiram na principal fonte de informação, pelo que a adopção de técnicas eminentemente qualitativas ficou à partida inviabilizada, havendo necessidade de optar por outras quantitativas para a auscultação;
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2)Tanto o universo
3)Os objectivos da análise resultaram de forma complexa pressupondo, por um lado, uma leitura descritiva da informação disponibilizada e, por outro lado, o cruzamento dos dados recolhidos com os critérios conceptuais previamente definidos e apresentados;
4)As ONGs, de ambiente e de desenvolvimento, que participaram no estudo foram identificadas, sendo que uma parte se disponibilizou a ser formalmente referenciada nos documentos que viessem a ser produzidos e nas apresentações públicas nas quais houvesse explicitação dos resultados do Estudo, como veio a ocorrer no I Congresso do Observare (UAL).
De acordo com os três momentos apresentados por Yin (2001), numa fase inicial
Para viabilizar a recolha de informação, foi construído um pequeno questionário (cf. Anexo), disponibilizado online11 por um período de tempo previamente definido, seguindo o critério da garantia do anonimato, com opção de identificação nos casos em que as entidades participantes no Estudo o pretendessem. O pedido de colaboração foi formalizado por mail, com envio alargado para as ONGAs e ONGDs constantes da listagem anteriormente elaborada. Assim pode
10Entre as 43 Organizações da Sociedade Civil (ONGs) que colaboraram no Estudo
11O questionário foi construído na plataforma SurveyMonkey, temporariamente acessível em http://www.surveymonkey.com/s/7YDC55M (entre 30 de Março e 30 de Abril de 2011), tendo sido posteriormente encerrado para tratamento de dados.
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auscultação às Organizações da Sociedade Civil com intervenção directa e indirecta no Ambiente que permitiu definir os casos em estudo (N=43)12.
O guião do questionário (cf. Anexo) foi maioritariamente composto por perguntas de resposta fechada, incluindo em alguns casos a possibilidade de escolha múltipla,
Após a recolha dos dados
3. Alguns conceitos em análise
3.1. Breve referência à importância da problemática ambiental
Apesar de se registar uma tendência para a progressiva valorização da problemática ambiental, ao longo do tempo e a nível mundial, a consciencialização não só não tem sido marcada pela regularidade, ou continuidade, como tem sido muitas vezes secundarizada em relação a outras questões consideradas prioritárias, tais como as crises económicas emergentes, a instabilidade
Ao longo do tempo, e desde a emergência da problemática ambiental, o tema tem sido considerado nas agendas internacionais predominantemente de forma conjugada a partir da articulação com outras áreas temáticas sectoriais, habitualmente qualificadas de críticas, sendo concebido como factor complementar para uma melhor compreensão das causas e dos impactos dos problemas. A tomada de consciência de que o Ambiente
éuma área de intervenção tão importante quanto as restantes, já que as contextualiza e fundamenta sendo simultaneamente o receptáculo dos impactos, é recente, não sendo, contudo e apesar dos esforços desenvolvidos, ainda consensual. Esta ideia é confirmada pela identificação na História de alguns momentos que são hoje concebidos
como marcos referenciais após a emergência do pensamento ecológico e que
12Numa fase inicial e exploratória foram enviados para as ONGD e ONGA 75 pedidos de colaboração através da resposta ao questionário
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evidenciam uma progressiva consciencialização internacional, se bem que marcada por impulsos não apresentando continuidade regular13, conforme anteriormente referido:
a)a problemática do Crescimento Zero, largamente apresentada e discutida nos Relatórios do Clube de Roma14, e por eles evidenciada, traduzindo a existência de uma interligação directa de
-em primeiro lugar, a consciência sobre os limites impostos ao crescimento económico fortemente dependente da disponibilidade de recursos naturais como resultado do carácter finito e, por isso, esgotável do Ambiente;
-em segundo lugar, a ideia do desequilíbrio na equação espaço geográfico- disponibilidade de recursos, ou seja, na desigual distribuição a nível mundial;
-em terceiro lugar, a percepção de que as actividades produtivas que dinamizam os circuitos económicos a nível internacional dependem, na totalidade, da quantidade disponível e acessível de recursos naturais;
b)a formulação do conceito desenvolvimento sustentável, inspirado na anterior conceptualização do ecodesenvolvimento15, largamente divulgado a partir de 1987 através do conhecido Relatório Brundtland, "O nosso futuro comum" (Our common future)16.
13Há que ressalvar que os momentos identificados são apenas exemplificativos, não se procurando sistematizar de forma exaustiva todas as fases que marcaram a História do pensamento ambiental.
14Os Relatórios do Clube de Roma que evidenciam a Problemática do Crescimento Zero são "Os limites do crescimento", de 1972 (The limits to growth), preparado por uma equipa do MIT e coordenado por Donella Meadows; "Estratégia para Amanhã", de 1974 (Mankind at the turning point), coordenado por Mihajlo Mizarovic; "Relatório RIO", de 1976 (Reshaping the International Order), sob coordenação de Jan Tinbergen.
15O conceito Ecodesenvolvimento surgiu na sequência da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (1972), vulgarmente denominada de Conferência de Estocolmo, por iniciativa de Maurice Strong, articulando de forma ímpar os princípios da Economia e da Ecologia, procurando minimizar as divergências entre os que defendiam o desenvolvimento a qualquer preço e os simpatizantes do ambientalismo. Na época, o conceito foi considerado inovador sendo mais tarde adoptado por Ignacy Sachs que lhe reconheceu outras implicações, tais como as sociais, as culturais e a ética. Para mais detalhes, cf. Sachs, Ignacy (1986). Ecodesenvolvimento: crescer sem destruir. São Paulo: Vértice.
16O documento original do relatório Our common future pode ser consultado em http://www.un-
17A Comissão Brundtland foi coordenada pela então Chefe de Governo norueguês, Gro Harlem Brundtland, evidenciando preocupações que ultrapassam a esfera meramente ambiental mas que também não se fixam nas económicas. Com o tempo, o conceito adquiriu uma conotação
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“procura satisfazer as necessidades da geração actual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, o que significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais” (Comissão Brundtland, 1987).
Nesta definição estão implícitas, pelo menos, três ideias fundamentais a reter:
1.a primeira ideia consiste no pressuposto sistémico e integrador que define e caracteriza o desenvolvimento enquanto processo de mudança qualitativa das condições de vida das populações, permitindo englobar diferentes preocupações, entre as quais a ambiental;
2.a segunda ideia é traduzida pela dimensão temporal que identifica, de forma aberta e sem vinculação de épocas, dois grandes momentos - o presente e o futuro - estando implícito o critério da continuidade;
3.a terceira ideia é apresentada pela convicção de que é possível estabelecer, a nível mundial, uma parceria global de desenvolvimento centrada na resolução de problemas
c)os resultados alcançados após a realização da Cimeira da Terra18 no Rio de Janeiro em 1992, mas também do Fórum Global e dos eventos paralelos temáticos organizados e realizados naquele contexto. Nesta cimeira de alto nível, e ao contrário do que era usual até ao início da década de 90,
diferentes grupos e dos movimentos sociais na mitigação dos problemas
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ambientais que, de uma forma ou de outra, põem em causa a vida e, em particular, o equilíbrio e o
d)os avanços conseguidos através do Protolo de Kyoto20 que, não sendo generalizáveis em todo o Mundo, acolhem um interesse quase21 consensual a nível internacional. Sendo o objectivo principal a redução da emissão de gases poluentes em todo o Mundo, um dos aspectos mais importantes do Acordo reside na assumpção de uma responsabilidade comum e partilhada, se bem que de forma diferenciada22. Se, por um lado, as propostas vão no sentido de
Apesar dos inúmeros encontros de carácter internacional que se têm vindo a realizar na sequência de cada um dos momentos anteriormente identificados, a verdade é que os resultados parecem ser ora temáticos e sectoriais, ora pontuais e sem continuidade23,
19A Agenda21 é actualmente definida como um dos documentos estratégicos que mais resultados tem obtido na promoção de mudanças comportamentais um pouco por todo o Mundo na busca de uma relação equilibrada entre o Homem e a Natureza. Este texto esteve na origem do que hoje se define como Educação Ambiental tendo tido aplicação prática e
20Segundo o Protocolo, as áreas principais em que deverá haver uma intervenção global são: 1) a reforma dos sectores energético e de transportes; 2) a promoção das energias renováveis; 3) a eliminação dos mecanismos financeiros e de mercado inapropriados; 4) a redução da emissão de metano; 5) a protecção dos espaços florestais.
21Aquando da negociação do Protocolo em 1997, e da sua ratificação em 1999, os Estados aderentes reconheceram existir uma relação mais ou menos directa entre a emissão de gases poluentes e a produção de mudanças climáticas, havendo a urgência de adoptar medidas reguladoras tanto ao nível industrial e empresarial, como na esfera individual,
22Neste contexto,
23Exemplos desta perplexidade são: por um lado, a Cimeira da Terra (The Earth Summit) realizada em 2002, em Joanesburgo na África do Sul, na sequência da Cimeira do Rio de 1992, bem como o Rio+20, que terá lugar em Junho de 2012, uma vez mais, no Rio de Janeiro; por outro lado, a Cimeira de Copenhaga sobre as Alterações Climáticas (2005) que se esperava que desse continuidade aos avanços alcançados com o protocolo de Kyoto, bem como a Cimeira de Durban (2011).
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3.2. O Ambiente no contexto das Relações Internacionais
Apesar de ser uma problemática relativamente recente no contexto das abordagens das Relações Internacionais, existe campo para uma breve análise centrada nas principais orientações teóricas que, de forma mais ou menos directa, fundamentam esta área do conhecimento. As teorias da Relações Internacionais abordam a problemática ambiental de forma ampla, global e sistémica, equacionando a necessidade dos diferentes actores cooperarem com o objectivo da criação de condições que promovam a manutenção do Ambiente a nível mundial. Paralelamente, remetem a análise para a complexa problemática da soberania versus ingerência dos Estados que, neste caso, se orienta para a regulação dos problemas ambientais (Colombo, 2007). Por referência à discussão em torno do conceito de soberania, surgem as preocupações com o conceito de territorialidade e, por consequência, com as formas de uso e gestão dos recursos e dos espaços. Neste sentido, ao se abordar a problemática ambiental, e tendo presente a noção de soberania, são colocadas algumas interrogações na interligação entre as dimensões intra e
Tal como foi anteriormente referido, apesar de muitas vezes a valorização da problemática ambiental não apresentar a continuidade desejada, o progressivo reconhecimento da sua importância em eventos, tais como cimeiras intergovernamentais25, permitiu vislumbrar uma atenção crescente no contexto internacional. Paralelamente, a emergência de novos problemas qualificados de contemporâneos, com particular destaque para as questões ambientais, que em parte resultam da relação desequilibrada, não regulada e, muitas vezes, agressiva que as comunidades humanas estabelecem com a Natureza, têm alertado o meio académico e científico para a urgência de incluir estas temáticas nos debates. Por outro lado ainda, a tomada de consciência de que o Ambiente não é uma realidade fechada e estanque, ou simplesmente regulada (e regulável) por divisões fronteiriças, é crescente, adquirindo um sentido global26. A problemática ambiental passou a requerer a adopção de uma abordagem sistémica e integradora visto que, no que respeita aos recursos ambientais e aos espaços, se torna imprescindível uma leitura coerente com a globalidade dos problemas.
As análises enquadradas pela área científica das Relações Internacionais adquiriram uma relevância progressiva neste campo, já que aos problemas ambientais foi
24Luigi Ferrajoli (apud Colombo, 2007) considera que, perspectivada no contexto internacional, a soberania encerra limites, não sendo possível
25Esta importância é evidenciada pela assinatura de acordos de entendimento e de protocolos de orientação estratégica que, no campo ambiental, ao longo do tempo, têm resultado mais em declarações de intenções pouco operativas do que em modelos a implementar.
26A concepção de que o Ambiente é uma realidade global e integradora permite criar a imagem de um Mundo interligado tão atento à identificação de problemas que afectam todos os Estados, de forma directa e indirecta, como concentrado na resolução dos impactos negativos e na previsão do surgimento de eventuais situações não desejáveis com o objectivo da sua correcção.
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reconhecida a dimensão global das causas e dos impactos, havendo oportunidade para uma abordagem por via da internacionalização. Na verdade, perante problemas que cruzam diferentes países e regiões do Mundo, parece ser óbvia a necessidade de redefinir estratégias, muitas vezes qualificadas de alternativas, fundamentadas em reflexões conjuntas e partilhadas por diferentes actores27. A nível mundial, são várias as ocorrências que permitem exemplificar estes problemas,
àbiodiversidade com a possível esgotabilidade de recursos naturais, vivos (fauna e flora) e inertes; a transformação de ecossistemas com perda de habitats; a desflorestação acentuada; a degradação do meio marinho; a emissão de gases poluentes; as alterações climáticas; os desastres ambientais cada vez mais frequentes e com efeitos
A abordagem da problemática foi sendo naturalmente orientada em função dos actores intervenientes: os Estados; as Organizações Internacionais; as Organizações da Sociedade Civil; as Empresas. Esta leitura tem permitido enquadrar a problemática da política ambiental internacional a partir de uma perspectiva tripartida das relações com o ambiente
2)transfronteiriça, bens comuns globais e património comum da humanidade; 3) natureza, demografia e tecnologia.
Uma parte das abordagens teóricas das Relações Internacionais centra a análise sobre a problemática ambiental no papel dos Estados28, reavivando o conceito de Estado- Nação e a importância da soberania enquanto mecanismo de regulação legitimado, entre outros factores, pelas fronteiras territoriais29
No contexto das Relações Internacionais, os Estados não são os únicos actores presentes, o que, de certa forma, obriga a uma revisão dos pressupostos teóricos que fundamentavam a análise nas aptidões estatais de regulação mediante o exercício do poder. Com o tempo, a tomada de consciência no que respeita à emergência de problemas ambientais globais com impacto transnacional ultrapassa o âmbito de actuação dos Estados e o exercício da soberania.
27Neste contexto, são considerados os contributos apresentados por representantes dos Estados, entidades públicas e privadas, Organizações da Sociedade Civil, mais ou menos formalizadas, e Organizações Internacionais.
28Silvana Colombo (2007) analisa a relevância do papel do Estado Moderno centrado no Tratado de Westfália, desenvolvendo o conceito de soberania a partir da abordagem de Jean Bodin, por referência ao uso legitimado do poder. Em continuidade, a problemática da autoridade do Estado é analisada a partir dos contributos teóricos de Raymond Aron (1986).
29Neste contexto, o conceito de territorialidade adquire grande relevância,
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Outro tipo de actor que tem vindo a adquirir relevância pela dimensão de internacionalização são as Organizações Internacionais, entre as quais as agências das Nações Unidas30 e o Banco Mundial31 que têm apresentado um contributo determinante para a revalorização da problemática, evidenciando novas ligações conceptuais com remissão para os temas da pobreza e da sustentabilidade
O terceiro actor são as Organizações da Sociedade Civil, que emergem e se estruturam em torno de objectivos próprios (cf. 3.3. Organizações da Sociedade Civil: operacionalidade na acção) e que, no caso da problemática ambiental, se orientam para uma intervenção direccionada tendo na base problemas concretos que, na generalidade das situações, os Estados nacionais não têm resolvido. A mobilização da sociedade civil aparece como uma alternativa, sem que contudo haja uma substituição de responsabilidades,
As empresas33 consistem num actor que, no contexto das Relações Internacionais, têm vindo a ser reforçadas do ponto de vista da análise teórica, já que têm captado a atenção tanto pela forma de actuação como pela capacidade de criar sinergias múltiplas a nível internacional,
De acordo com os pressupostos da teoria realista é possível antever a necessidade de criar condições para regular a relação
30A este nível
31É de destacar a "Estratégia do Banco Mundial para o Meio Ambiente" (Environment Strategy) - "Making sustainable commitments. An environment strategy for the World Bank" (2011). Washington D.C.: The World Bank. Consultado em linha: http://siteresources.worldbank.org/ENVIRONMENT/Resources/244380-
32A este propósito, Michel Bachelet (1997) e Silvana Colombo (2007) referem a questão do direito de ingerência ambiental "a ingerência é um direito à medida que diante da omissão de um Estado o outro pode dela se socorrer; é um dever porque a responsabilidade pela proteção do meio ambiente é compartilhada" (Colombo, 2007).
33Não sendo este o âmbito de estudo, é importante referir que no contexto da internacionalização das empresas se enquadra também a problemática do comércio de recursos e de espécies com grande impacto na problemática ambiental.
34Para além da noção de responsabilidade social, as empresas têm vindo a adoptar uma postura de responsabilidade ambiental que é transposta para o âmbito internacional pelas implicações globais inerentes.
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humana35, resultando, neste caso, em impactos negativos de nível mundial. Visto que o Realismo concebe as relações internacionais de forma fundamentada no uso e no exercício do poder (Mallmann, 2005), resultando muitas vezes em processos conflituais, o papel activo dos Estados adquire importância. Assim, cabe ao Estado, enquanto actor que pauta a sua actuação pela racionalidade e objectividade, promover o interesse nacional e este implica, entre outros factores, a gestão de recursos naturais e de espaços. Neste sentido, a intervenção dos Estados parece estar particularmente evidenciada pela participação em cimeiras intergovernamentais com o sequente compromisso traduzido na assinatura de declarações, protocolos e até tratados.
As abordagens teóricas da área científica das Relações Internacionais que se debruçam sobre a problemática ambiental não são integralmente consensuais com o Realismo. De acordo a concepção apresentada por Ana
A ideia das relações globais de risco no que respeita aos problemas ambientais, perspectivados a partir da transnacionalização dos impactos, apela para a tomada de consciência da emergência de problemas globais que resultam de acções locais, ou localizadas (Vieira, 2008). Este entendimento dá origem a novas equações no pensamento das Relações Internacionais, permitindo uma relação de proximidade entre diferentes níveis territoriais e com possibilidade de interacção de diferentes actores.
3.3. Organizações da Sociedade Civil: operacionalidade da acção
No decurso do processo evolutivo que tem caracterizado o pensamento ecológico, o papel dos movimentos sociais e das Organizações da Sociedade Civil, mais ou menos formalizadas, beneficiou de uma valorização progressiva, apesar de ainda não ser globalmente consensual. Em parte, este reconhecimento adveio da intervenção directa no terreno de grupos, ora formalmente constituídos, ora caracterizados pela informalidade da actuação no que respeita ao Ambiente e, de uma forma mais global, ao Desenvolvimento. Os movimentos sociais passaram a ser concebidos como veículos privilegiados de participação pública, umas vezes espontânea outras vezes organizada, em diversas áreas incluindo a esfera política, por parte de indivíduos e grupos aos quais não era convencionalmente reconhecida a dupla capacidade de mobilização e de intervenção.
35Derivando de análises conceptuais, tais como de Thomas Hobbes e da Teoria do Estado de Natureza (Mallmann, 2005), o Realismo nas Relações Internacionais demarca uma leitura tendencialmente negativa da vida social com influência a vários níveis, entre os quais o ambiental. Tal como sucede em toda a esfera do relacionamento internacional, o poder é particularmente referenciado como mecanismo regulador.
36Os pressupostos da governação global são ainda reforçados por James Rosenau e
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A valorização da Sociedade Civil como actor de desenvolvimento resultou de um processo de construção que foi, muitas vezes, pautado pela contradição e "que misturou novas e velhas estruturas, instituições e projectos políticos" (Ferreira, 2004: 5), até à forma que adquiriu na actualidade. O reconhecimento da sua importância
As Organizações da Sociedade Civil, definidas como actores privilegiados de Desenvolvimento39 são caracterizadas pela heterogeneidade que, em parte, resulta da dispersão de áreas sectoriais em que intervêem; em parte, decorre de uma certa irregularidade na actuação ou da impossibilidade de dar continuidade a acções iniciadas; e, em parte, é traduzida pela falta de consenso do ponto de vista terminológico40. Contudo, a literatura de referência apresenta um conjunto de elementos de caracterização que ajudam a melhor compreender o modelo organizativo que as distingue de outras,
1.terem um âmbito não governamental, ou seja, não dependerem dos Estados ou dos Governos, o que lhes confere um atributo privado na forma de organização e gestão, na captação de recursos financeiros, materiais e até humanos;
2.terem objectivos não lucrativos, o que significa que, apesar do funcionamento não público (cf. ponto anterior) e da necessidade de disporem de fontes de financiamento que permitam assegurar a gestão interna e a prossecução das actividades planeadas, as Organizações que emergem da Sociedade Civil não são orientadas por preocupações de rentabilização ou enriquecimento;
3.terem umenquadramento económico tendencialmente centrado nos pressupostos da Economia Solidária, o que sugere, por um lado, a prossecução limitada de actividades de produção de bens, distribuição e consumo e, por outro lado, um elevado risco associado à intervenção;
4.atribuírem prioridade a áreas temáticas sectoriais e/ou a
37Os Novos Movimentos Sociais são habitualmente definidos como um produto das sociedades ocidentais contemporâneas que passaram pela sobrevalorização do conceito Welfare State (Rodrigues, 1995), em que eram evidenciados de forma extrema os pressupostos assistencialistas de um Estado activo e presente, interventor e protector que a História demonstrou ser pouco eficaz.
38Eugénia Rodrigues (1995) exemplifica estas situações com a crise de 1970, a ameaça do nuclear e o estigma internacional associado, a discriminação pelo género e a tomada de consciência da existência de problemas ambientais de contornos globais. Estas questões deram origem ao surgimento de movimentos pacifistas, feministas e ambientalistas, orientados por princípios de cidadania activa que, em muitos casos, adquiriram interpretações políticas.
39Neste contexto, o Desenvolvimento é entendido como um processo de mudança que pode revestir uma grande multiplicidade de dimensões e que, de forma ideal, é perspectivado de forma sistémica, global e integradora.
40No contexto das Organizações da Sociedade Civil, é vulgar encontrarmos referências a Organizações Não Governamentais (ONG), que podem revestir a dimensão do Desenvolvimento (ONGD) ou do Ambiente (ONGA), Organizações sem fins lucrativos e Organizações do Terceiro Sector, por exemplo. A denominação é assim muito variável, parecendo ser definida pelas particularidades da actuação no que respeita a metodologias,
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indicia urgência para uma intervenção directa e de proximidade que viabilize a resolução dos problemas
5.defenderem e seguirem metodologias orientadas para uma intervenção direccionada para situações concretas, centradas
6.evidenciarem uma aptidão particular para a mobilização de pessoas
7.promoverem a divulgação e a adopção de princípios valorativos orientadores da acção individual das pessoas e que legitimam a intervenção comunitária, tais como a solidariedade social, o respeito pelas diferenças, a responsabilização pela acção e a ética.
No que respeita à temática
A relação entre as comunidades humanas e o Ambiente tem recebido progressiva atenção por parte das ONGAs que, ao longo do tempo, têm vindo a complementar a abordagem puramente ambientalista, vocacionada para a preservação de espaços e conservação de espécies, com a perspectiva
41No caso de Portugal, o reconhecimento das Organizações Não Governamentais de Ambiente é tardio, datando de 1998, altura em que foi publicada a Lei das ONGA, Lei nº 35/98 de 18 de Julho. Para mais detalhes, consultar o portal da Agência Portuguesa do Ambiente em http://www.apambiente.pt (consultado em 10 de Fevereiro de 2012).
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contextos determinados, dependem directamente da Natureza, e ainda de práticas culturais tradicionais enraizadas geradoras de hábitos e comportamentos promotores de desequilíbrios. A este propósito, a literatura de referência indica duas situações particulares tipificadas: a) comportamentos que se orientam pela desresponsabilização e desrespeito, fundamentados em preocupações marcadamente utilitaristas, resultando em acções depredadoras; b) atitudes e práticas favoráveis a uma mudança responsável e responsabilizadora, preocupadas com a criação de uma relação sustentável com a Natureza.
Independentemente da área prioritária de intervenção das Organizações da Sociedade Civil, e apesar da motivação para a acção com o objectivo de solucionar problemas concretos e, por isso, cada vez mais centrada na dimensão local,
Face à evolução dos contextos internacionais, que permite visualizar crises várias com impactos diferenciados, é incontestável que os novos actores de desenvolvimento emergiram com objectivos específicos, sem procurarem substituir as funções ou o papel convencionalmente atribuído e reconhecido ao Estado, mas intervindo directamente na identificação dos problemas e das prioridades, bem como das possíveis alternativas para os solucionar. É neste âmbito que se constituem ou reforçam as Organizações da Sociedade Civil, tantas vezes
àdisponibilidade financeira, ao conhecimento técnico e científico e aos recursos humanos, acabando por encontrar formas alternativas de promover o reforço institucional. A forma mais evidente de o efectivar consiste em recorrer a mecanismos de cooperação internacional por via do estabelecimento de parcerias43.
As Organizações da Sociedade Civil podem ainda ser classificadas como nacionais ou internacionais. Segundo Kathleen Staudt (1991) durante um longo período de tempo, estas Organizações centraram a sua atenção nos mecanismos e instrumentos da cooperação internacional assegurando o financiamento de projectos, com base em fundos privados ou provenientes de outras instituições internacionais. Contudo, dado que os custos de funcionamento se foram revelando muito elevados sem imediata ou directa correspondência no que respeita à eficácia, a tendência recaiu no estabelecimento de parcerias (partnership), promovendo o desenvolvimento de acções conjuntas com parceiros locais.
Numa fase inicial, a parte significativa da actuação das ONGs internacionais
42A ligação entre as ONGs e a problemática do desenvolvimento adquiriu particular importância após o reconhecimento de que a gestão dos Estados se revelava pouco eficaz no que respeita à resolução de problemas concretos e que essencialmente tinham que ver com a vida das pessoas, sobretudo nos países mais pobres onde a dependência do Ambiente é uma realidade.
43A ideia das Parcerias de Desenvolvimento (PD), em particular de âmbito internacional, é relativamente recente, não tendo sido imediatamente aceite e implementada pelas Organizações da Sociedade Civil. Esta acaba por ser entendida como uma metodologia operacional direccionada para a acção e normalmente equacionada com uma garantia de alcançar os objectivos delineados.
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dos problemas e das supostas soluções são entendidas como mecanismos integradores. Por outro lado, a gestão dos projectos e a sua implementação foi, em muitos casos, promovida à distância sem que houvesse uma percepção global da realidade, o que significa dizer, que se verificou um certo desenquadramento em relação aos problemas, às necessidades, aos vários constrangimentos e às pessoas. Com a tomada de consciência das fragilidades com que o modelo se confrontava, a metodologia de cooperação recorrendo à Sociedade Civil foi sendo reformulada abrindo espaço para a prática da parceria, que se revelou mais vantajosa e eficaz permitindo uma intervenção regular, contínua, sem picos ou paragens.
De acordo com os sete factores de caracterização anteriormente sistematizados, pode
Se, numa fase inicial, as ONGs estiveram principalmente vocacionadas para a ajuda humanitária, implementando projectos orientados para a segurança alimentar, a mitigação de problemas de fome, a redução da pobreza e a assistência a refugiados em contexto de guerra, só mais tarde reorientaram a acção para outras questões directamente relacionadas com a prossecução do desenvolvimento. Naturalmente que, face à abrangência das problemáticas
Éhabitual
A literatura de referência sugere que as Organizações da Sociedade Civil actuam procurando o consenso com os
44Este é um princípio largamente defendido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na concepção do Desenvolvimento Humano Sustentável.
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conceptual apresentada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), fazendo emergir a perspectiva global, sistémica e integradora do Desenvolvimento Humano Sustentável (cf. Fig. 1), centrado no príncípio da equidade.
De uma forma geral, como anteriormente referido, face às contingências inerentes aos orçamentos limitados que estas Organizações habitualmente dispõem, a metodologia seguida tende a ser orientada para a localidade, com valorização da ideia do projecto em áreas específicas e sectorialmente bem identificadas, de forma a assegurar que os objectivos propostos são alcançados. Esta opção metodológica não significa que não exista preocupação em seguir uma linha sistémica e interdisciplinar na abordagem. Na verdade, essa parece ser uma referência constante na bibliografia de referência sempre que se aborda a questão da intervenção das Organizações da Sociedade Civil já que os impactos que se pretendem produzir são tendencialmente mistos e interrelacionados.
Fig. 1. - Dimensões do Desenvolvimento Humano Sustentável apresentadas pelo PNUD
SEM AUMENTAR |
CRESCIMENTO |
|
|
ECONÓMICO |
|
||
RISCOS FUTUROS |
|
||
|
|
||
SUSTENTABILIDADE |
|
EDUCAÇÃO |
|
|
|
||
SEM AUMENTAR |
EQUIDADE |
AUMENTO DE |
|
RISCOS PRESENTES |
|||
CAPACIDADES |
|||
|
|
||
SEGURANÇA |
|
SAÚDE |
|
HUMANA |
|
||
|
PARTICIPAÇÃO |
|
|
|
AUMENTO DE |
Fonte: PNUD |
|
|
OPORTUNIDADES |
O campo de actuação das ONGAs e das ONGDs
No âmbito da Sociedade Civil, são valorizados actores diferenciados (Organizações Não Governamentais de Desenvolvimento e de Ambiente, grupos informais e de pressão, associações locais não formalizadas, movimentos sociais com intervenção pontual, entre outros possíveis) que se distinguem, de forma clara, dos actores convencionais
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(tradicionalmente identificados com o Estado ou com Entidades descentralizadas do Estado e mais recentemente incluindo as empresas). Aos novos actores de desenvolvimento, que recorrem à cooperação internacional, é atribuído protagonismo e reconhecido o sentido da responsabilização na intervenção.
Fig. 2. - Representação esquemática da actuação das Organizações da Sociedade Civil
O âmbito da actuação das ONGs
4. Estratégias da Sociedade Civil no domínio ambiental
Conforme referido, no âmbito do Estudo "As estratégias das Organizações da Sociedade Civil no domínio ambiental"
45É inegável que também se procurou aferir o índice de participação destas organizações em acções de investigação promovidas pela Academia e que resulttou positivamente, já que das 75 Organizações da Sociedade Civil contactadas, 43 acederam a colaborar no Estudo.
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A amostra que fundamentou o Estudo foi constituída, no total, por 43 Organizações da Sociedade Civil, incluindo as que estão directamente orientadas para a problemática ambiental, bem como as específicas de desenvolvimento mas cuja actuação se cruza com o Meio Ambiente46 ou com recursos naturais, vivos e inertes, exteriorizando uma preocupação particular com a conservação de espécies com estatuto de ameaçadas ou em risco47. Apesar de não corresponder ao número de ONGs existentes em Portugal, não equivalendo também à situação vivida pela totalidade de entidades contactadas, o número de respostas obtido foi considerado significativo, reflectindo uma participação positiva neste tipo de análises. Assim, a análise a seguir apresentada
Em média, as Organizações da Sociedade Civil desenvolvem trabalho há mais de 10 anos (69.8%
Gráfico 1 - Identificação das fontes de financiamento das ONGs
De acordo com a informação sistematizada no Gráfico 1, a maioria das Organizações da Sociedade Civil trabalha com fundos próprios (24%), recorrendo ainda a donativos particulares (22%) ou a canais internacionais de financiamento,
46Na categoria Meio Ambiente estão incluídos os espaços e áreas protegidas, as zonas de produção agro- pecuária, as florestas, os oceanos, as linhas costeiras, os rios, as paisagens e as praias.
47Por Recursos Naturais
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programas da União Europeia (22%) ou os fundos disponibilizados por outras organizações internacionais (14%). Com menor relevância, mas contudo significativo, é referido o apoio financeiro das empresas48 (14%), públicas e privadas, seja para a implementação e o desenvolvimento de projectos ou para a prossecução de acções concretas, que podem ter um carácter apenas pontual. Parece ser interessante referir que os apoios institucionais públicos, por via dos órgãos que tutelam o Ambiente, são claramente minoritários e pouco significativos (apenas 4% dos fundos de financiamento são concedidos pelo Ministério do Ambiente), o que reforça a ideia anteriormente apresentada de que não existe um competição entre a Sociedade Civil e o Estado mas que, em boa verdade, são duas esferas que trabalham em paralelo e com pouco cruzamento.
Do total de Organizações da Sociedade Civil que participaram no Estudo, 76.7% (N=33) refere trabalhar em parceria com outras Organizações congéneres estrageiras (cf. Quadro 1), sendo que a maioria desenvolve projectos em países africanos de língua portuguesa (49%) ou em países da União Europeia (35.2%). Dos países africanos de língua portuguesa,
No que respeita à Europa, Espanha (38.7%) é o país com o qual as ONGs portuguesas mais trabalham em parceria, com total dispersão pelos restantes países, podendo contudo
48Não tendo sido explorada, no decurso desta análise, a relação entre o mundo empresarial e a área de intervenção das ONGs parece fazer sentido para futuros Estudos. Na verdade, por mais de uma ocasião, esta relação foi mencionada por representantes de Organizações da Sociedade Civil contactados, confirmando algumas considerações apresentadas pela bibliografia de referência que abrem novas possibilidades para além das que já estão testadas. Contudo, face aos objectivos da investigação, esta problemática não foi aprofundada pelo que não é possível retirar qualquer tipo de conclusão.
49Informação que decorre do conhecimento aprofundado da investigadora sobre os Pequenos Estados Insulares Africanos em Desenvolvimento, tanto no que respeita aos processos de mudança como à prática da Cooperação para o Desenvolvimento.
50Este tipo de informação é o resultado do conhecimento prévio e directo que a investigadora responsável pelo Estudo e autora do texto detém da prática da Cooperação para o Desenvolvimento em países aficanos de língua portuguesa.
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Unido e Grécia (9.7% cada). É ainda interessante destacar que, apesar de não ser estatisticamente representativo na análise global, duas das ONGs que colaboraram no Estudo referem trabalhar em todo o Mundo e ter projectos concluídos ou em curso em todos os continentes.
Quadro 1 - Países e regiões com os quais as ONGs portuguesas têm parcerias
|
REGIÃO / PAÍS |
|
% |
|
|
|
UNIÃO EUROPEIA |
|
|
35,2 |
|
|
Espanha |
|
38,7 |
||
|
França |
|
9,7 |
||
|
Reino Unido |
|
9,7 |
||
|
Irlanda |
|
3,2 |
||
|
Itália |
|
6,5 |
||
|
Grécia |
|
9,7 |
||
|
Malta |
|
6,5 |
||
|
República Checa |
|
3,2 |
||
|
Roménia |
|
3,2 |
||
|
Eslováquia |
|
3,2 |
||
|
Polónia |
|
3,2 |
||
|
Hungria |
|
3,2 |
||
|
ÁFRICA LUSÓFONA |
|
|
49,0 |
|
|
Angola |
|
18,6 |
||
|
Cabo Verde |
|
25,6 |
||
|
|
20,9 |
|||
|
Moçambique |
|
18,6 |
||
|
São Tomé e Príncipe |
|
16,3 |
||
|
Brasil |
|
|
7,9 |
|
|
|
|
|
||
|
Outros |
|
|
7,9 |
|
O tipo de actividade que tem vindo a ser promovido em parceria é predominantemente centrado no planeamento, implementação, desenvolvimento, gestão e avaliação de projectos de intervenção (38.8%) seguindo uma abordagem temática e direccionada para necessidades concretas previamente identificadas. Na resposta ao questionário (cf. Gráfico 2), as ONGs especificaram e individualizaram as acções, projectos e programas de Educação Ambiental (31.2%) relativamente a todos os outros projectos de intervenção considerados (cf. Anexo).
Este é um aspecto indicativo, entendido como de grande relevância para a análise já que a preocupação tanto com o estado do Ambiente como, e sobretudo, com a relação estabelecida entre as comunidades e a Natureza é destacada. É a este nível que as ONGs interagem mais directamente com as populações, contribuindo para criar novas consciências, mais responsáveis e preocupadas com a preservação de espaços e a conservação de espécies, muitas vezes, identificando em conjunto alternativas sócio- profissionais que garantam o equilíbrio
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Gráfico 2 - Identificação das áreas de intervenção das ONGs
Com menor importância do que os projectos anteriormente referidos, mas, apesar de tudo, relevantes nesta análise são as actividades de investigação científica (18.8%) que, na verdade, em muitos casos estão na base das acções de Educação Ambiental,
No que respeita às áreas de intervenção, a Educação Ambiental (26.1%) é uma vez mais referida com grande destaque relativamente às restantes opções, seguida de:
a)acções florestais (17.1%), que incluem reflorestação, abertura e limpeza de trilhos, prevenção contra incêndios florestais, entre outras;
b)conservação de espécies (16.1%),
c)a promoção do Turismo de Natureza (10.9%), incluindo a programação e o desenvolvimento de actividades de observação de espécies e contemplação de paisagens, seja em meio florestal, costeiro ou marinho.
Com menor relevância mas, ainda assim, importantes, podem
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-as actividades de conservação de recursos hídricos (6.6%), incluindo a captação de água subterrânea (lençóis freáticos), a disponibilização de água doce às populações e a gestão;
-os projectos de segurança alimentar (5.2%), que pressupõe a gestão do espaço (com ou sem desflorestação e reflorestação) e a regulação dos recursos naturais locais;
-a recolha de resíduos (5.2%), incluindo reciclagem de resíduos sólidos e acções de sensibilização para a reutilização de materiais, seja em meio rural ou urbano;
-a limpeza de praias (4.7%);
-as campanhas e acções de saneamento (2.8%).
Gráfico 3 - Identificação dos principais produtos
Éainda de destacar que 5.2% das respostas obtidas se enquadram noutras áreas de intervenção51 que, apesar da sua importância, revelaram pouca significância para a análise não tendo por isso um tratamento particular.
A actividade das Organizações da Sociedade Civil resulta na materialização de um conjunto alargado de produtos que, ora se centram na sistematização do desempenho funcional que facilita a avaliação e que, antes de mais, é um requisito habitual imposto
51São os casos de elaboração de planos de acção e de gestão, manutenção e restauro de casas e barcos, Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Disaster Preparedness, energia offshore, sustentabilidade empresarial, Política Internacional de Clima e campanhas alargadas, tais como a Hora do Planeta.
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pelas entidades financiadoras, ora estão vocacionados para a criação de instrumentos pedagógicos e científicos (cf. Gráfico 3).
Assim, os relatórios anuais e de actividades são o produto mais referido (24.7%),
A análise dos produtos permite perceber que, estrategicamente, a actuação das Organizações da Sociedade Civil não aposta de forma determinante na acção comercial, que poderia ser conseguida mediante a captação de fundos através do merchandising, estando manifestamente mais preocupada com a intervenção directa no terreno a partir dos objectivos anteriormente delineados. A exteriorização do trabalho das ONGs
émaioritariamente efectivada mediante a inserção e integração em canais científicos, já que, nas suas estruturas, contam com a colaboração de técnicos e especialistas de diferentes áreas científicas específicas.
Em jeito de conclusão
Com o Estudo "As estratégias das Organizações da Sociedade Civil no domínio ambiental" procurou
Pode
O campo de intervenção da Sociedade Civil está em aberto, sendo um pouco permeável a todas as áreas no que respeita ao Ambiente, desde que entendidas como prioritárias em determinada época e contexto social, e flexível em relação às formas de abordagem, requerendo contudo uma acção conjunta.
Este Estudo permitiu ainda identificar eventuais pistas de reflexão futura, destacando- se duas linhas principais, a saber:
1)a actuação das Organizações Não Governamentais enquanto actor internacional de cooperação;
2)os impactos
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Para terminar, não poderia deixar de agradecer às 43 ONGAs e ONGDs que colaboraram no Estudo,
–Cooperação e Desenvolvimento; TESE - Associação para o Desenvolvimento; Escola de Mar; Amigos dos Açores – Associação Ecológica; Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal; Centro de Energia das Ondas; Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente (AESDA); Onda Verde, Associação Juvenil de Ambiente e Aventura.
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ANEXO
INQUÉRITO ÀS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS COM ACTUAÇÃO NA ÁREA AMBIENTAL
No âmbito do Projecto “As estratégias dos actores internacionais no domínio ambiental”, enquadrado pela linha de investigação "As tendências da actualidade internacional" do Observatório de Relações Exteriores (OBSERVARE) está a ser realizado um estudo sobre a actuação das Organizações da Sociedade Civil (ONGs) na área ambiental.
Com o estudo
Tendo em consideração o âmbito alargado da investigação, foi elaborado um pequeno questionário exploratório, seguindo o critério da garantia do anonimato, que pedimos que responda, colaborando assim com o nosso estudo. No caso de considerar oportuno que a participação da ONG seja tornada pública, pedimos que, após o preenchimento do questionário, nos envie uma indicação por email (brigidabrito@netcabo.pt) de forma a que possamos referenciar a colaboração, que muito agradecemos.
Os resultados da investigação serão apresentados na Secção Economia e Ecologia do I Congresso Internacional do OBSERVARE sob o tema “As tendências internacionais e a posição de Portugal” (http://observare.ual.pt/conference), que terá lugar na Fundação Calouste Gulbenkian entre os dias 16 e 18 de Novembro de 2011, bem como publicados no volume das Actas do Congresso. O breve questionário, de rápida resposta, pode ser directamente acedido a partir do link http://www.surveymonkey.com/s/7YDC55M
Agradeço, desde já, a colaboração e convido a vossa Organização a estar presente na apresentação pública dos resultados, sendo garantido que disponibilizarei toda a informação recolhida e análise para memória futura.
Q1 - Em que ano foi criada a ONG?
Antes de 1980 entre 1981 e 1990 entre 1991 e 2000 após 2001
Q2 - Quais as principais áreas de intervenção da ONG?
Investigação
Programas e Projectos de Intervenção
Educação Ambiental
Outro (especifique)
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JANUS.NET,
ISSN:
Vol. 3, n.º 1 (Primavera 2012), pp.
As estratégias das Organizações Portuguesas da Sociedade Civil no domínio ambiental Brígida Rocha Brito
Q3 - Quais as áreas geográficas privilegiadas no trabalho da ONG nos últimos 5 anos?
Portugal Continental
Região Autónoma da Madeira Açores
África
América do Sul Ásia
Outros países da Europa América do Norte Outro (especifique)
Q4 - A ONG tem parcerias estabelecidas com ONGAs estrangeiras?
Sim
Não
Q5 - Se sim, indique quais os países?
Q6 - Quais as principais fontes de financiamento dos projectos na área ambiental?
União Europeia
Outras Instituições Internacionais
Ministério do Ambiente
Consórcios
Empresas privadas
Donativos de particulares
Fundos próprios Outro (especifique)
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JANUS.NET,
ISSN:
Vol. 3, n.º 1 (Primavera 2012), pp.
As estratégias das Organizações Portuguesas da Sociedade Civil no domínio ambiental Brígida Rocha Brito
Q7 - Em que áreas sectoriais é que a ONG tem desenvolvido projectos nos últimos 5 anos?
Limpeza de zonas florestais
Prevenção contra incêndios
Reflorestação
Limpeza de praias
Conservação de recursos hídricos
Turismo (de Natureza, Ecológico, Ambiental...)
Catalogação de espécies
Segurança Alimentar
Conservação de espécies ameaçadas
Saneamento
Recolha e/ou Reciclagem de resíduos sólidos
Sensibilização comunitária
Programas de Educação Ambiental
Outro (especifique)
Q8 - Quais os principais produtos que têm resultado do trabalho desenvolvido?
Relatórios
Manuais Pedagógicos
Folhetos, prospectos, brochuras
Merchandising
Livros temáticos e analíticos
Artigos científicos
Participação em encontros científicos
Outro, especifique
Muito obrigada pela colaboração
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