particularmente Antioquia, Boyacá, Santander, Norte de Santander e Arauca; num
outro documento, abordaram a região do Caribe do país (González et al., 2014).
A partir das abordagens mais próximas da economia, identificam-se, em primeiro lugar,
duas correntes que dominaram a explicação do conflito armado colombiano. Os que se
concentraram na análise do custo da violência na Colômbia e, na sua frente, os que
analisaram, com uma abordagem mais qualitativa ou mais quantitativa, os fatores
económicos que estimularam a violência.
Relativamente às primeiras obras, na segunda metade dos anos noventa surgiram
alguns contributos; há trabalhos que se concentraram em revelar a repercussão
negativa que o conflito teve na economia do país e, por extensão, na continuação dos
problemas sociais. É possível destacar os trabalhos de Castro et al. (2000); Trujillo e
Badel (1998); Granada e Rojas (1995), e Deas e Gaitán (1995), que estão de acordo
ao indicar, num estudo macroeconómico focado na década de 1990, que os custos para
a Colômbia desse conflito armado foram entre 2 e 4% do Produto Interno Bruto (PIB);!
um número bem abaixo dos 15,1% que Sánchez e Díaz (2005) quantificaram em
relação à percentagem do PIB representada por atividades ilícitas na Colômbia. Na
literatura mais atual, não podemos ignorar o trabalho de Otero (2007. p. 10), que,
focado na Política de Segurança Democrática, refere uma redução de 4,5% do PIB, de
acordo com um exercício de quantificação de conflitos que afirma que entre 1958 e
2012 provocou mais de 220 mil mortes, 25 mil desaparecidos, 27 mil pessoas
sequestradas, 5,7 milhões de pessoas deslocadas, quase 2.000 massacres e 5.000
ataques contra infra-estruturas públicas (Centro Nacional de Memoria Histórica, 2013).
Em suma, um impacto económico, apenas entre 2000 e 2003, de US $ 35 mil milhões
em custos de segurança, além de mais US $ 2,3 mil milhões em custos diretos de
guerra. Nem podemos ignorar outras obras que visam igualmente a desaceleração
económica devido à violência armada na Colômbia, conforme proposto por Álvarez e
Rettberg (2008), Sánchez et al. (2009) ou, mais recentemente, de uma perspectiva
subnacional, o trabalho de Querubín (2013).
Do grupo de obras que explicam a violência com base em fatores económicos, a obra
de Sánchez (1987) é um dos pontos de partida obrigatórios, pois é o primeiro a alertar
para a estreita relação entre a violência estrutural e o aparecimento do conflito
armado. Esta hipótese, apoiada por Molano (1987), Reyes (1988) e Ramírez (1990),
abrirá uma linha de investigação na década de 1990 que se tornou predominante nos
meios académicos colombianos, conhecida como violentologia, que foi desenvolvida na
Universidade Nacional de Colômbia.
Teoricamente, esta linha tem um ponto de ligação com os desenvolvimentos teóricos
que procuram entender a violência de um conflito armado a partir de uma
correspondência infalível, não só para legitimar a existência de uma luta armada, mas
também para identificar um cálculo racional e um uso de recursos económicos como
contributo para sustentar a violência acima mencionada no interesse de uma vitória
militar (Montenegro e Posada, 2005). E, de fato, entre um e outro, como se verá
abaixo, é onde se titua a abordagem deste trabalho.
Ou seja, o contributo deste trabalho evidencia que existem fatores estruturais desde a
origem que permitem explicar e compreender certos enclaves de maior insatisfação da
guerrilha, uma vez que, devido à evolução do conflito armado interno, existem outros
fatores que, além de derivarem da violência e não tanto da origem, também assumem