OBSERVARE
Universidade Autónoma de Lisboa
e-ISSN: 1647-7251
Vol. 9, Nº. 1 (Maio-Outubro 2018), pp. 141-158
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DETERMINANTES QUANTITATIVOS DA VIOLÊNCIA DA GUERRILHA FARC-EP NA
COLÔMBIA
Este trabalho foi apoiado pelo Observatório de Direitos Humanos e Direito Internacional
Humanitário (ODHDIH) da Vice-Presidência da República da Colômbia
Jerónimo Ríos Sierra
jriossie@universidadean.edu.co
Professor Associado da Universidade EAN (Colômbia) e assessor da Organização dos
Estados Ibero-Americanos. Autor correspondente
Camilo Vargas
cvargasw@universidadean.edu.co
Professor Associado da Universidade EAN (Colômbia)
Paula Bula
pbulagal@universidadean.edu.co
Professora Associado da Universidade EAN (Colômbia)
Amalia Novoa Hoyos
anovoah@universidadean.edu.co
Professora Associado da Universidade EAN (Colômbia)
Resumo
O objetivo deste estudo é explicar o ativismo das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia - Exército Popular (FARC-EP) no âmbito do conflito armado interno colombiano
entre 2002 e 2012. Além de ser o período de maior intensidade do conflito, a investigação
tenta explicar o impacto de diferentes variáveis sociais, económicas e institucionais que, a
partir de um exercício estatístico com regressões, mostram como é possível encontrar bases
para entender a razão pela qual o ativismo dessa guerrilha responde de maneira mais ampla
a alguns cenários do que aos outros. Com base num exercício multivariado com fontes
institucionais, realizou-se uma análise abrangente da violência guerrilheira na Colômbia, que
se afasta de explicações unidirecionais e justapõe diferentes variáveis para procurar uma
resposta de maior complexidade de como a lógica do ativismo das FARC-EP tem sido
compreendida durante a última década e meia.
Palavras-chave
Forças armadas colombianas, Conflito, Determinantes de violência, FARC-EP, Violência
política
Como citar este artigo
Ríos-Sierra, Jerónimo; Vargas, Camilo; Bula, Paula; Novoa Hoyos, Amalia (2018).
"Determinantes quantitativos da violência da guerrilha FARC-EP na Colômbia". JANUS.NET e-
journal of International Relations, Vol. 9, Nº. 1, Maio-Outubro 2018. Consultado [online] data da
última consulta, DOI: https://doi.org/10.26619/1647-7251.9.1.9
Artigo recebido em 15 de Novembro de 2017 e aceite para publicação em 1 de
Fevereiro de 2018
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DETERMINANTES QUANTITATIVOS DA VIOLÊNCIA DA GUERRILHA FARC-EP NA
COLÔMBIA
Este trabalho foi apoiado pelo Observatório de Direitos Humanos e Direito Internacional
Humanitário (ODHDIH) da Vice-Presidência da República da Colômbia
Jerónimo Ríos
Camilo Vargas
Paula Bula
Amalia Novoa Hoyos
1. Introdução
Este trabalho analisa, a partir de uma abordagem estritamente quantitativa, algumas
variáveis que determinaram a violência guerrilheira na Colômbia durante a última
década, com o objetivo de identificar não apenas os padrões de violência direta
exercida pelas FARC-EP, mas também para entender por que razão a violência ocorre
em maior ou menor grau e de acordo com que contextos.
A ideia, portanto, é analisar algumas das variáveis que, considerando a literatura
prolífica sobre o conflito armado interno na Colômbia, foram tradicionalmente
identificadas como tendo maior influência em gerar ativismo e presença da guerrilha.
Assim, agregaram-se as variáveis socioeconómicas, institucionais, geográficas e outras,
que, no final, nos permitirá entender a razão pela qual o conflito armado interno
acabou por tornar-se territorial em certas regiões do país, de tal forma que a solução
militar a favor do Estado tornou-se impossível e acabou por tornar necessário superar o
conflito através de meios pacíficos de resolução de conflitos, culminando na assinatura
do Acordo de Paz entre a guerrilha e o governo colombiano em 24 de novembro de
2016.
Com base no acima exposto, o trabalho está organizado em quatro partes. A primeira
identifica a literatura mais relevante que estudou o conflito armado interno de
diferentes ângulos e perspectivas, prestando especial atenção a alguns dos fatores que
são identificados como explicativos da violência na Colômbia e que também constroem
uma abordagem teórica que entende que a violência gerada pelo conflito armado na
Colômbia responde a circunstâncias objetivas, especialmente de natureza
socioeconómica (Sánchez, 2009). Em seguida, explicam-se os detalhes da análise
metodológica, o modelo econométrico, a descrição das variáveis, e a sua
operacionalização, assim como a origem e as fontes de informação. Na terceira parte,
apresentam-se a análise e os resultados que explicam como e por que razão a violência
guerrilheira ocorreu nos últimos anos; finalmente, como corolário, apresentam-se
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possíveis linhas de investigação com base neste trabalho que, em particular, permitem
identificar o só os cenários mais vulneráveis após a violência armada na Colômbia,
mas também um eventual quadro de pós-conflito, como o presente.
2. Situação da questão e enquadramento teórico
O conflito armado colombiano tem sido um dos mais investigados na América Latina,
dado a sua longevidade de mais de meio século, por isso uma grande variedade de
abordagens que tentaram explicá-lo e anali-lo. Assim, entre muitos outros, os
estudos históricos, estudos militares, abordagens geográficas e políticas da violência,
bem como abordagens estritamente económicas poderiam ser destacados como
principais campos de estudo. Das contribuições históricas da violência armada, as obras
de Pécaut (2008), Aguilera (2010) e Pizarro (2011) sobre as FARC-EP tornaram-se
referências obrigatórias; assim como no caso do ELN, destacam-se as investigações de
Medina (1996) e de Hernández (2006); e em relação ao paramilitarismo, as publicações
de Medina (1990), Romero (2003), Duncan (2006) e Ronderos (2014), entre outras.
Todas estas obras lidam com as origens e a evolução dos grupos armados que
protagonizaram o conflito armado interno, tendo em consideração não as causas
profundas do seu aparecimento mas também os fatores organizacionais, económicos e
de violência que determinaram a sua evolução.
A partir dos estudos militares, outra linha de investigação sobre a violência na
Colômbia, focada em determinar quais são as dinâmicas de violência em termos de
estratégias militares ou tipos de políticas de segurança militar e de cooperação. Por
exemplo, obras como as de Blair (1993) ou Leal (1994) incidem na análise do papel da
Força Pública, da influência das doutrinas de segurança nacional e da presença de
inimigos internos, decorrentes da influência do pensamento americano. Além disso,
Ramírez (2000) e Rangel (2003) centram-se na importância das políticas de
cooperação militar dos EUA, enquanto outros como Echandía (1999, 2006), Salas
(2010, 2015) e Ríos (2016a, 2016b) priorizam o estudo da estratégia militar da
guerrilha, de acordo com os fatores de mudança e os diferentes estímulos no conflito
interno.
A geografia política também tem sido um ponto de partida interessante na
compreensão do conflito colombiano, principalmente devido à sua tentativa de
entender como as áreas utilizadas para plantar coca e outros recursos foram fatores
explicativos da violência na Colômbia (Betancourt, 1991; Observatorio Geopolítico de
Las Drogas, 1996; Echandía, 1996). Essas visões, por outro lado, foram
complementadas por abordagens locais, como as desenvolvidas pelo Centro de
Investigação e Educação Popular (CINEP) nos trabalhos de García (2003) sobre atores
da paz e violência na região de Bajo Cauca em Antioquia; por Guzmán (2003), no Valle
del Cauca e em Cauca; e por Gutiérrez (1998; 2002) sobre a relação entre violência e
sistema político em Cundinamarca. Além disso, devemos destacar os contributos de
Vásquez, Vargas e Restrepo (2011) concentradas na área sul do país; ou Torres (2011)
e Rodríguez Cuadros (2015), em estudos de caso específicos em Putumayo e Nariño,
respectivamente. Por outro lado, García e Aramburo (2011), com uma marca
geográfica acentuada, abordaram a complexidade da violência armada na região Leste
e de Urabá em Antioquia; González et al. (2012) estudaram a Colômbia Oriental, e
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particularmente Antioquia, Boyacá, Santander, Norte de Santander e Arauca; num
outro documento, abordaram a região do Caribe do país (González et al., 2014).
A partir das abordagens mais próximas da economia, identificam-se, em primeiro lugar,
duas correntes que dominaram a explicação do conflito armado colombiano. Os que se
concentraram na análise do custo da violência na Colômbia e, na sua frente, os que
analisaram, com uma abordagem mais qualitativa ou mais quantitativa, os fatores
económicos que estimularam a violência.
Relativamente às primeiras obras, na segunda metade dos anos noventa surgiram
alguns contributos; há trabalhos que se concentraram em revelar a repercussão
negativa que o conflito teve na economia do país e, por extensão, na continuação dos
problemas sociais. É possível destacar os trabalhos de Castro et al. (2000); Trujillo e
Badel (1998); Granada e Rojas (1995), e Deas e Gaitán (1995), que estão de acordo
ao indicar, num estudo macroeconómico focado na década de 1990, que os custos para
a Colômbia desse conflito armado foram entre 2 e 4% do Produto Interno Bruto (PIB);!
um número bem abaixo dos 15,1% que Sánchez e Díaz (2005) quantificaram em
relação à percentagem do PIB representada por atividades ilícitas na Colômbia. Na
literatura mais atual, não podemos ignorar o trabalho de Otero (2007. p. 10), que,
focado na Política de Segurança Democrática, refere uma redução de 4,5% do PIB, de
acordo com um exercício de quantificação de conflitos que afirma que entre 1958 e
2012 provocou mais de 220 mil mortes, 25 mil desaparecidos, 27 mil pessoas
sequestradas, 5,7 milhões de pessoas deslocadas, quase 2.000 massacres e 5.000
ataques contra infra-estruturas públicas (Centro Nacional de Memoria Histórica, 2013).
Em suma, um impacto económico, apenas entre 2000 e 2003, de US $ 35 mil milhões
em custos de segurança, além de mais US $ 2,3 mil milhões em custos diretos de
guerra. Nem podemos ignorar outras obras que visam igualmente a desaceleração
económica devido à violência armada na Colômbia, conforme proposto por Álvarez e
Rettberg (2008), Sánchez et al. (2009) ou, mais recentemente, de uma perspectiva
subnacional, o trabalho de Querubín (2013).
Do grupo de obras que explicam a violência com base em fatores económicos, a obra
de Sánchez (1987) é um dos pontos de partida obrigatórios, pois é o primeiro a alertar
para a estreita relação entre a violência estrutural e o aparecimento do conflito
armado. Esta hipótese, apoiada por Molano (1987), Reyes (1988) e Ramírez (1990),
abrirá uma linha de investigação na década de 1990 que se tornou predominante nos
meios académicos colombianos, conhecida como violentologia, que foi desenvolvida na
Universidade Nacional de Colômbia.
Teoricamente, esta linha tem um ponto de ligação com os desenvolvimentos teóricos
que procuram entender a violência de um conflito armado a partir de uma
correspondência infalível, não para legitimar a existência de uma luta armada, mas
também para identificar um cálculo racional e um uso de recursos económicos como
contributo para sustentar a violência acima mencionada no interesse de uma vitória
militar (Montenegro e Posada, 2005). E, de fato, entre um e outro, como se verá
abaixo, é onde se titua a abordagem deste trabalho.
Ou seja, o contributo deste trabalho evidencia que existem fatores estruturais desde a
origem que permitem explicar e compreender certos enclaves de maior insatisfação da
guerrilha, uma vez que, devido à evolução do conflito armado interno, existem outros
fatores que, além de derivarem da violência e não tanto da origem, também assumem
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uma força argumentativa quando se trata de entender por que razão a violência
guerrilheira se concentra em certos cenários e não em outros. Assim, no caso da
Colômbia, todas as obras coincidem em destacar a desigualdade económica (Candelo et
al., 2000), a concentração da terra (Ibáñez e Querubín, 2004), ou o deslocamento
forçado e a acumulação de terras (Reyes, 2009).
Finalmente, o conflito armado interno não pode ser entendido sem as receitas de fontes
legais, e principalmente ilegais, que alimentam todo o confronto armado contra o
Estado, mas também criam dinâmicas particulares de legitimidade (Collier, 2000;
Collier & Hoefler 2004; Bates, 2008). Algo que Yaffe (2011, pp. 193) para a o caso da
Colômbia e aceitando os contributos de Ballentine e Nitzchke (2003) ou Ballentine e
Sherman (2003), implica que:
…embora a luta pelo acesso aos recursos económicos possa ser um
elemento perpetuador dos conflitos armados, não é a principal
causa de seu aparecimento (pois) concordam no fato de que a
origem dos conflitos violentos reside nos ressentimentos gerados
pela má gestão de recursos, a distribuição desigual da riqueza
derivada desses recursos e as políticas governamentais que
impedem que muitos setores beneficiem dessas fortunas Yaffe
(2011, pp. 193).
Ou seja, tanto as condições com origem na violência estrutural, traduzidas em
abandono institucional, desigualdade ou atraso socioeconómico, como as condições
ligadas à praga dos recursos para a sobrevivência da violência, se uniram como fatores
explicativos do ativismo guerrilheiro na Colômbia. Um ativismo que, de acordo com o
que se afirma na seção seguinte, pretende ser explicado à luz de uma lista de variáveis
que, no início, devem servir para compreender como se produz a dinâmica da violência
na Colômbia.
3. Design metodológico
O design metodológico é inspirado por duas investigações de referência obrigatória.
Em primeiro lugar, o trabalho de Sánchez e Díaz (2005), que se concentra na análise
dos efeitos económicos do conflito armado na Colômbia e investiga a evolução da
atividade armada das FARC-EP, do ELN e das Autodefesas Unidas da Colômbia, entre
1995 e 2002, numa vasta amostra de municípios. Neste trabalho, as consequências
das atividades desses grupos são calculadas sobre o deslocamento interno forçado,
capital humano (em termos de educação e mortalidade infantil), variáveis
socioeconómicas (baseadas nas Necessidades Básicas Insatisfeitas e no coeficiente de
Gini), além de variáveis geográficas (distância e infra-estrutura) e atividade fiscal
(transferências e investimento público). A técnica utilizada e que serve como referência
é equiparar os estimadores, onde o que é comparado é a realidade de um município
com atividade armada com a de um município simulado sem atividade armada, mas
que em outros aspectos mantém condições que são muito semelhante ao primeiro.
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Por outro lado, o contributo de Botello (2014) procura explicar os determinantes da
taxa de homicídios a nível nacional, transcendendo-se do conflito armado, entre 1993
e 2005; desta vez, baseado num modelo Tobit, que é usado quando a informação da
variável dependente pode ser dividida em dois grupos (municípios sem homicídios e
com homicídios), utilizamos variáveis explicativas que incluem o rendimento médio dos
municípios, o número de habitantes, e o tamanho do setor urbano.
Com base no exposto, o pressuposto nesta ocasião é calcular e quantificar os
determinantes do conflito armado na Colômbia, embora, ao contrário dos estudos
anteriores, a variável dependente seja o número de ações armadas das FARC-EP,
enquanto se trata de explicar que fatores explanam o seu ativismo nos últimos anos.
Desta forma, e contrariamente a ambos, o período analisado é mais recente,
abrangendo a década de 2002 a 2012, que traduz a maior violência de guerrilha na
história recente do país, enfatizando assim a explicação que representa o cultivo de
coca, a atividade mineira, a capacidade operacional das Forças Armadas, ou as
mudanças legais centradas no fim do conflito, entre outros fatores.
3.1. Descrição das variáveis
Todos os indicadores apresentados neste artigo são analisados por departamento de
acordo com uma periodicidade anual que, conforme observado anteriormente, vai de
2002 até 2012. No caso da maioria das variáveis quantitativas, o logaritmo natural
(simbolizado por um "L" que precede uma variável) é aplicado. O número de
confrontos com os guerrilheiros das FARC-EP e os contatos armados iniciados pela
Força Pública foram obtidos através do Observatório de Direitos Humanos e Direito
Internacional Humanitário (ODHDIH) da Vice-Presidência da República, cuja
informação, por sua vez, foi tratada pelo Departamento de Administração de
Segurança até 2011 e, a partir desse momento, pelo Comando Geral das Forças
Militares. Assim, com base nesse indicador, as ações armadas são entendidas como o
número de ataques contra as Forças Armadas, emboscadas, assédio, ataques contra a
população civil e atos de terrorismo realizados pelas FARC-EP. Um ativismo que, de
acordo com os dados, se concentrou principalmente nas províncias de Cauca, Nariño,
Antioquia, Caquetá, Arauca e Putumayo, onde em todas a média anual de cinquenta
ações foi superada.
O número de plantações de coca é medido por hectare cultivado, com base nos
cálculos feitos pelo Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), que
coordena toda a informação que alimenta o Sistema de Monitorização de Cultivos
Ilícitos na Colômbia (SIMCI), em que todos os dados sobre drogas ilícitas estão
concentrados. Da mesma forma, províncias como Cauca, Nariño, Antioquia, Caquetá,
Putumayo, Guaviare e Meta seriam as províncias de cultivo de coca da Colômbia por
excelência, superando a média anual de 4.000 hectares de plantações de coca no
período em estudo.
Por outro lado, Cundinamarca e as províncias de Santander, Valle del Cauca e
Antioquia são as que têm maior PIB real por capita, superando os 8,000.0000 Pesos
Colombianos (COP) por ano, aproximadamente US $ 3.000 Dólares (EUA),
contrastando com províncias como Vaupés, Chocó, Guainía, Guaviare, Nariño e Sucre,
onde o mesmo indicador é inferior a 3.700.000 COP em média anual
(aproximadamente US $ 1.200). Nesta ocasião, o Departamento Administrativo
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Nacional de Estatística (DANE
1
) funcionou como a fonte a partir da qual a informação
sobre este tipo de indicador pode ser extraída, possibilitando também calcular a
densidade populacional por província.
Os dados sobre a desigualdade, especificamente em termos de propriedade e
distribuição de posse da terra, e abrangendo todos os dados e províncias, com exceção
dos dados para o ano de 2012, foram obtidos através do Ministério da Agricultura da
Colômbia. Desta forma, as províncias com maior desigualdade eram Antioquia, Meta,
Arauca, Cauca, Valle del Cauca e Boyacá, com um coeficiente que excede o valor de
0,82 na média anual, em comparação com as províncias de Orinoquia e Amazonia,
que, como Vaupés, Vichada, Guainia ou Guaviare, partilham tendências muito mais
igualitárias (coeficiente de 0,47 na média anual).
As condições socioeconómicas da violência são integradas, fundamentalmente, com
base em três variáveis. Por um lado, o desempenho educativo é medido com base nos
resultados dos testes de matemática dos exames de acesso ao Ensino Superior (SABER
11)
2
. Esses testes aferem o nível de qualidade da educação, que é fundamental para
estimular ou não ações de recrutamento de guerrilha. Desta forma, este indicador foi
analisado para todos os anos, e os resultados mostraram um alto desempenho de
Cundinamarca, Santander, Boyacá, Nariño e Valle del Cauca (acima de 44,5 de média
anual) em comparação com outras províncias como Chocó, Vaupés, Amazonas, e
Magdalena, onde se registaram as qualificações mais baixas (abaixo da média anual de
42).
Além disso, a cobrança de impostos por habitante por província mediu as capacidades
institucionais para combater a violência, embora esteja disponível para os anos
entre 2009 e 2012, de acordo com os números do Departamento Nacional de
Planeamento (DNP
3
). As receitas fiscais são altas em San Andrés, Cundinamarca,
Antioquia e Boyacá (acima da média anual de 149,000 COP) em comparação com
Putumayo, Cauca, Nariño e La Guajira (abaixo da média anual de 70,000 COP), onde a
cobrança de impostos é muito menor.
Além disso, o Ministério da Saúde e Proteção Social
4
forneceu a taxa de mortalidade
infantil, que mede o número de óbitos em crianças com menos de 1 ano por 1.000
nascimentos, de 2000 a 2005. Os melhores indicadores de mortalidade infantil
encontram-se em Santander, San Andrés, Arauca, Casanare e Valle del Cauca (abaixo
de 15 mortes na média anual), ao contrário de Chocó, Vichada, Caquetá e Guainía
(acima de 29 mortes na média anual).
Foram criadas variáveis dicotóicas para medir as mudanças ao longo do tempo. Este foi
o caso de "Santos", que teve o valor de 1 para 2011 e 2012 (períodos em que Juan
Manuel Santos foi presidente) e a variável "justiça" com o valor 1 atribuído de 2006 a
2012, para tentar identificar os possíveis efeitos da Lei 975 de 2005 sobre Justiça e
Paz na violência da guerrilha na Colômbia, que conduziu à desmobilização de mais de
31 mil paramilitares.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1
A informação encontra-se disponível em www.dane.gov.co na secção Estadísticas por tema e logo em
Cuentas Nacionales.
2
A informação encontra-se disponível em www.icfesinteractivo.gov.co/historicos/
3
A informação encontra-se disponível em www.dnp.gov.co/programas/desarrollo-territorial/evaluacion-y-
seguimiento-de-la-descentralizacion/Paginas/desempeno-fiscal.aspx
4
A informação encontra-se disponível em www.minsalud.gov.co/estadisticas
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Finalmente, construíram-se variáveis para medir características específicas das
províncias, especialmente relativamente ao binómio centro/periferia. Distancia mede o
comprimento em quilómetros entre a capital de uma província e a capital Bogotá.
Frontera, Mar, Andino, Minorías e Minero o variáveis qualitativas que servem para
comparar o grupo de províncias que partilham uma fronteira com algum país, têm
acesso ao mar, onde as minorias são representativas entre a população ou para as
quais o setor mineiro é especialmente importante dentro do PIB da província.
4. ANÁliSE DA INVESTIGAÇÃO
4.1. Determinantes do conflito (especificação 1)
O modelo proposto para a análise dos determinantes do conflito é o seguinte (equação
1):
( )
tiititititi
uMINEDES E CONGOBLCILCO
,4,3,2,10,
)()()( +++++=
βββββ
a) Cultivos ilegais CI, governo GOB, PIB real per capita PIBRPC, e a presença de
mineração MIN determinam a evolução do conflito CO. O erro u captura todas as
variáveis independentes que não estão explicitamente incluídas na equação (1).
b) Cultivos ilegais CI: quando um aumento no cultivo de coca, isso requer o
aumento de tropas de grupos armados ilegais, conduzindo a um maior conflito (beta
positiva 1). Os cultivos de coca foram calculados utilizando a variável LCOCA.
c) Governo GOB: uma maior receita fiscal per capita reflete uma presença acrescida do
governo e menor possibilidade de conflito (beta negativa 2). Nesse cenário, também é
importante considerar que um exército maior pode gerar um conflito maior (beta
positiva 2). Nesse caso, LRECTRIPC é a variável usada para medir a cobrança de
impostos.
d) Desempenho económico DESECON: uma vez que grande parte do conflito com
guerrilhas ocorre fora dos centros urbanos, um maior desenvolvimento económico
reduz os incentivos para gerar conflitos (beta negativa 3). A variável usada é LPIBRPC.
e) Atividade mineira MINERO: as províncias mais dependentes do setor mineiro atraem
a atenção de grupos armados ilegais, dada a sua capacidade de gerar rendimentos
adicionais. Isso, por sua vez, traduz-se num conflito maior na proteção desses novos
recursos (beta positiva 4). A atividade mineira foi calculada usando a variável MINERO.
4.2. Determinantes do conflito (especificação 2)
Outro modelo proposto para analisar os determinantes do conflito é o seguinte
(equação 2):
( )
titititititi
vINLEYDILDESLCILCO
,,543,2,10,
)()()()( ++++++=
αααααα
Cultivos ilegais CI, desigualdade DES, distância DI, justiça JUS e iniciativa IN
determinam a evolução do conflito CO. O erro v captura todas as variáveis
independentes que não estão explicitamente incluídas na equação (2).
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a) Cultivos ilegais CI: o aumento nos cultivos de coca requer o aumento de tropas de
grupos armados ilegais, conduzindo a um maior conflito (alfa positivo 1). Os cultivos
de coca foram calculados utilizando a variável LCOCA.
b) Desigualdade DES: de acordo com a literatura, a desigualdade e especialmente a
desigualdade rural são uma fonte de conflito, mas também de legitimidade para
justificar a ação da guerrilha (alfa positiva 2). A desigualdade foi calculada usando a
variável LGINIT.
c) Distância DIS: o desempenho económico e a presença do Governo também estão
associados à periferalização do conflito. Uma maior distância indica a periferalização do
conflito devido a uma menor presença do Governo e menor comércio interno (alfa
positiva 3). A variável usada é LDISTANCE.
d) Leis LAW: o quadro jurídico também aporta soluções para o conflito. As leis que
permitem a inclusão de grupos armados ilegais na sociedade civil reduzem futuras
fontes de violência (alfa negativa 4). Neste caso, JUSTICE é a variável usada para
medir a mudança nos processos legais.
e) Iniciativa INI: como mencionado acima, é importante considerar que uma maioria
acrescida da Força Pública pode gerar intensificação do conflito (beta positiva 5). A
iniciativa das Forças Militares é avaliada com a variável LFFMM.
5. Resultados da Investigação
5.1. Mínimos Quadrados Ordinários (modelo duplo-logarítmico)
Com resurso ao programa estatístico Eviews versão 9.5, realizaram-se as seguintes
regressões nas quais a variável dependente é o logaritmo natural do número de
confrontos das guerrilhas das FARC-EP (Tabelas 1 e 2). O método dos mínimos
quadrados ordinários permite-nos conhecer o efeito marginal de uma variável
independente (cultivo de coca) numa variável dependente (conflito), mantendo
constantes as restantes variáveis. Utilizou-se um modelo Log-Log em todos os casos,
uma vez que os coeficientes possuem uma interpretação intuitiva (elasticidades),
reduz os possíveis problemas de heteroscedasticidade e permite comparar variáveis
em diferentes unidades de medida. O programa estatístico Eviews é usado pois é um
dos softwares que permite modelar informações a partir de dados de painel e
possibilita analisar a informação de forma intuitiva.
Nas primeiras regressões (Tabela 1), a ênfase foi colocada na produção de coca,
presença do Estado (cobrança de impostos per capita) e desempenho económico (PIB
real per capita). Em todos os casos, a resposta do conflito ao cultivo de coca é
inelástica e positiva. Este resultado pode ser explicado da seguinte maneira: quando a
produção aumenta, o grupo guerrilheiro faz um esforço adicional para proteger essas
terras de diferentes ameaças (FARC, ELN, paramilitares e Exército Nacional).
A presença do Estado atenua a magnitude do conflito de forma considerável. Quando a
cobrança de impostos numa província aumenta 1%, o número de confrontos FARC-EP
diminui em 1,93% (Modelo 4). Quando o governo realiza uma maior coleta, é provável
que haja uma maior presença da Força Pública nessa província e assim maior restrição
nos confrontos com o grupo guerrilheiro.
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O crescimento económico também tem um impacto significativo na luta. Quando o PIB
per capita aumenta 1%, o número de confrontos FARC-EP aumenta 1,36% (Modelo 4).
Esse resultado desafiador da lógica pode ser explicado pela estrutura produtiva da
região. As províncias onde o setor mineiro gera uma grande parte do seu PIB atraem a
atenção de grupos armados ilegais. Entre as múltiplas fontes de rendimento das FARC-
EP, inclui-se a extração de minerais como o ouro no Pacífico ou o petróleo na província
de Arauca. Ao analisar a variável MINERO * LPIBRPC, os resultados mostram um sinal
positivo e indicam como o crescimento económico de províncias com dependência
elevada no setor mineiro gera mais confrontos com as FARC-EP.
Como nas regressões na Tabela 1, a resposta ao conflito aos cultivos de coca é
inelástica e positiva (Tabela 2). Além disso, as medidas de desigualdade (GINI de
terras), a periferalização do conflito (distância de Bogotá), Lei de Justiça e Paz
(Justiça) e Forças Militares (iniciativa) foram incorporadas nos modelos 6, 7 e 8.
Entre todas as variáveis, a desigualdade tem o maior impacto no número de confrontos
(modelos 6, 7 e 8). Quando o coeficiente de Gini para a terra por província aumenta
1%, o número de confrontos FARC-EP aumenta 1,63% (Modelo 8). Assim, altos níveis
de desigualdade geram descontentamento e desconforto de tal forma que, quando se
percebem as injustiças nos processos, o resultado é um conflito maior nessas regiões,
de acordo com o proposto em alguns trabalhos anteriores como o de Whitworth
(2012), cujo foco é demonstrar a existência de uma ligação significativa entre
desigualdade e violência a nível local.
A presença do Estado também pode ser modelada pela distância entre a capital de
uma província e Bogotá. Quando a distância aumenta 1%, os confrontos aumentam
0,10% (Modelo 8). A distância reflete indiretamente os custos de transporte e a
influência da capital numa província, dada pela facilidade no comércio interno, mesmo
nos tempos da colónia, conforme proposto por Safford & Palacios, 2012.
Por outro lado, a Lei de Justiça e Paz reduziu a intensidade do conflito em 43%
comparando o período entre 2001-2005 e 2006-2012. Dado a forte aceitação desta Lei
pelos Grupos Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), seria de esperar que a guerrilha
das FARC-EP tivesse menos concorrência em termos de cultivo de coca (entre 2002 e
2010, houve 31.810 grupos e 21.849 desmobilizações individuais realizadas de acordo
com o Gabinete do Alto Comissário para a Paz).
Quando as forças militares aumentam a sua iniciativa no conflito em 1%, o número de
conflitos com as FARC-EP aumenta em 0,66%. De acordo com o acima exposto, o
Exército também teve uma posição ofensiva no conflito, gerando uma resposta da
guerrilha e agravando o conflito no país. Isso representa um cenário positivo para a
paz, já que ambos os atores perdem o incentivo para iniciar um confronto.
5.2. Modelos binários
Outra maneira de entender as consequências do conflito armado interno colombiano é
calcular as probabilidades de ligação com as FARC-EP. Sob este cenário, as províncias
que tiveram pelo menos um contato com este grupo diferem daquelas sem conflito. A
técnica utilizada é o modelo binário que permite o cálculo das regressões quando a
variável dependente adquire apenas dois valores (1 se tiver conflito, 0 caso contrário).
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As Tabelas 3 e 4 apresentam os resultados do modelo Logit, incluindo todas as
províncias da amostra. Construiu-se uma variável qualitativa que permite comparar as
províncias com plantações de coca versus as que não as possuem. A diferença é
estatisticamente significativa na maioria dos casos, e no modelo 16, as províncias com
produção de coca são 39% mais propensas a ter conflitos com as FARC.
Ao analisar a incidência da desigualdade e a iniciativa das forças militares, pode-se
observar a sua importância como fonte de conflito. Para cada ponto adicional no
coeficiente de Gini para a terra, a probabilidade de ter um combate com as FARC
aumenta 63%. Para cada iniciativa militar da Força Pública Colombiana, a
probabilidade de gerar um conflito com as FARC-EP aumenta 7%.
5.3. Modelos com informações censuradas ou truncadas
O modelo Tobit emprega o melhor do modelo duplo-logarítmico (5.2.1) e dos modelos
binários (5.2.2). Assim como os modelos binários, o modelo Tobit divide a amostra
entre províncias onde houve conflito e as onde não houve, mas, neste caso, a
regressão permite diferenciar a gravidade do conflito porque a variável dependente
assume os seus valores originais (não binários).
Semelhante ao exposto no ponto 5.2.1, a resposta do conflito aos cultivos de coca é
inelástica e positiva. Além disso, a desigualdade tem maior impacto no número de
confrontos (Tabela 6) e o seu coeficiente é muito semelhante ao indicado no ponto
5.2.1 (1.75% contra 1,63%). Apesar do acima referido, o impacto da Lei de Justiça e
Paz e a iniciativa das Forças Militares são maiores nos modelos Tobit (71% contra 43%
no primeiro caso e 0,66% em comparação com 0,71%).
5.4. Revisão de premissas
Entre as variáveis independentes, os coeficientes de correlação registam valores
inferiores a 0,63, indicando que a multicolinearidade não é um problema grave. Este
diagnóstico foi validado pelas regressões auxiliares e pela regra de Klein.
Ao executar regressões com erros robustos que corrigem problemas de
heterocedasticidade, os sinais e as magnitudes dos estimadores não mudaram
significativamente.
A aproximação ao padrão normal da estatística de Durbin Watson mostra que, em
termos gerais, a maioria das regressões não apresenta a ordem de auto-correlação 1
(positiva ou negativa).
Com um significado de 1%, o teste Jarque Bera de normalidade não rejeita a hipótese
nula de os erros de regressão dos modelos 2, 3, 4, 7 e 8 seguirerm a distribuição
normal. Nos outros casos, embora a hipótese nula seja rejeitada, o tamanho da
amostra permite inferência estatística (tamanho mínimo da amostra de 238).
6. Conclusões
Nesta investigação realizou-se uma aproximação quantitativa, analisando algumas
variáveis que, segmentadas de acordo com sua natureza socioeconómica, institucional
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e geográfica, e deacordo com a sua importância, explicam muito do ativismo
guerrilheiro das FARC-EP nos últimos anos.
No lado socioecomico, a ênfase foi colocada na produção de coca e na presença do
Estado (cobrança de impostos per capita), revelando uma relação positiva entre o
conflito armado e o cultivo de coca. A resposta do conflito aos cultivos de coca é
inferior a 1%; esta situação pode ser explicada pelos esforços adicionais que a
guerrilha das FARC-EP teve que realizar para proteger essas terras. Este resultado,
embora não o evidente, é ampliado quando comparado com grupos de regiões,
mostrando que as províncias de produção de coca são 39% mais propensas a ter
confrontos com as FARC.
O grupo guerrilheiro ganhou terreno no ambiente económico graças a cultivos ilícitos e
atividades criminosas que o Estado colombiano teve sérias dificuldades em parar. Este
estudo estabelece que a cobrança de impostos teve influência no conflito, pois, quando
aumenta 1%, o número de combates com as FARC-EP diminui 1,93%. Ou seja,
podemos afirmar que quando o governo realiza uma maior coleta, conta com maior
apoio das Forças Públicas para dissuadir a violência produzida pelo conflito interno.
A nossa investigação evidencia que a atividade mineira também é uma determinante do
conflito armado. A interação das percentagens do PIB de mineração com o PIB per
capita de uma província revela uma relação positiva. Quanto maior a riqueza mineira,
mais conflitos ocorrem nessa região, talvez também devido ao fato de a mineração
ilegal se ter destacado como uma das fontes de rendimento mais importantes para as
FARC-EP.
Dentro das variáveis socioeconómicas, a desigualdade desempenha um papel muito
importante nos confrontos. Quando o coeficiente de Gini para a terra aumenta 1%, o
número de combates FARC-EP aumenta 1,63%. Na medida em que altos níveis de
desigualdade geram mal-estar e não-conformidade, e quando se percebe a existência
de injustiças nos processos, o resultado é um conflito maior nessas regiões.
Da mesma forma, a periferialização do conflito (distância de Bogotá) e a Lei de Justiça
e Paz, juntamente com a iniciativa das Forças Militares, foram, por outro lado, incluídas
como variáveis institucionais. O efeito da distância e da iniciativa do exército no conflito
é positivo, mas abaixo de 0,2% no primeiro caso e de 0,7% na segunda variável.!Além
disso, é evidente que as guerrilhas se fortaleceram, devido à ausência do Estado, em
regiões que estão longe das grandes capitais e dos centros demográficos. Quanto mais
longe a província se encontra da capital, mais reduzida é a presença do Estado, o que é
reforçado pelos custos de transporte mais elevados. A Lei de Justiça e Paz, por outro
lado, teve um efeito significativo na redução do conflito, e, no período entre 2001 e
2005 e 2006 e 2012, a sua gravidade reduziu 43%.
Por fim, podemos concluir que a violência guerrilheira na Colômbia é determinada
principalmente pela desigualdade, a presença do Estado, cultivo de coca e processos de
desmobilização armada (Lei da Justiça e Paz).
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Jerónimo Rios Sierra, Camilo Vargas, Paula Bula, Amalia Novoa Hoyos
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ANEXOS
Tabela 1. Regressões dos Conflitos (variável dependente LFARC)
Variável
Modelo 1
Modelo 2
Modelo 3
Modelo 4
C
1,06(0,28)***
3,68(2,09)***
-21,93(1,25)***
-13,28(5,65)*
LCOCA
0,18(0,04)***
0,36(0,07)***
0,42(0,06)***
0,43(0,06)***
LRECTRIPC
-0,84(0,41)***
-2,28(0,43)***
-1,93(0,47)***
LPIBRPC
2,04(0,34)***
1,36(0,42)***
MINERO
-16,67(9,03)*
MINERO*LPIBRPC
1,09(0,57)*
N
288
96
96
96
R2
0,07
0,27
0,47
0,51
F
22,47***
17,1***
28,04***
19,08**
DW
1,79
2,27
2,17
2,25
Fonte. Cálculos preparados pelos autores. *p<0,10; **p<0,05; ***p< 0,01
Tabela 2. Regressões dos Conflitos (variável dependente LFARC)
Variável
Modelo 5
Modelo 6
Modelo 7
Modelo 8
C
1,06(0,28)***
2,10(0,28)***
1,11(0,39)***
0,03(0,34)
LCOCA
0,18(0,04)***
0,19(0,03)***
0,17(0,03)***
0,06(0,03)**
LGINIT
2,64(0,36)***
3,13(0,38)***
1,63(0,32)***
LDISTANCIA
0,22(0,06)***
0,10(0,16)**
JUSTICIA
-0,57(0,14)***
LFFMM
0,66(0,06)***
N
288
246
246
245
R2
0,07
0,24
0,27
0,58
F
22,47***
38,48***
31,16***
64,91**
DW
1,79
1,70
1,83
1,97
Fonte. Cálculos preparados pelos autores. *p<0,10; **p<0,05; ***p< 0,01
Tabela 3. Regressões dos Conflitos (Logit) (variável dependente FARCD)
Variável
Modelo 9
Modelo 10
Modelo 11
Modelo 12
C
0,64(0,21)***
0,55(0,58)
-0,18(0,71)
-0,79(0,84)
DCOCA
0,79(0,26)***
1,11(0,44)**
1,46(0,49)***
2,07(0,62)***
RECTRIPC
-
0,005(0,003)*
-0,02(0,006)***
-0,01(0,006)**
PIBRPC
0,00(0,00)***
0,00(0,00)
MINERO
2,01(1,74)
MINERO*PIBRPC
0,00(0,00)
N
372
124
124
124
R2 (Mc Fadden)
0,02
0,08
0,20
0,29
LR
8,72***
12,35***
31,13***
45,58***
Fonte. Cálculos preparados pelos autores. *p<0,10; **p<0,05; ***p< 0,01
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Determinantes quantitativos da violência da guerrilha FARC-EP na Colômbia
Jerónimo Rios Sierra, Camilo Vargas, Paula Bula, Amalia Novoa Hoyos
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157
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Tabela 4. Regressões dos Conflitos (Logit) (variável dependente FARCD)
Variável
Modelo 13
Modelo 14
Modelo 15
Modelo 16
C
0,64(0,21)***
-2,00(0,83)**
-2,46(0,89)***
0,02(1,05)
DCOCA
0,79(0,26)***
1,31(0,31)***
1,29(0,31)***
0,40(0,39)
GINIT
3,61(1,07)***
4,13(1,12)***
0,65(1,36)
DISTANCIA
0,0001(0,00)
-0,00(0,00)*
JUSTICIA
-1,13(0,38)***
FFMM
0,07(0,01)***
N
372
323
323
323
R2
0,02
0,08
0,08
0,35
LR
8,72***
24,5***
26,65***
64,91**
Fonte. Cálculos preparados pelos autores. *p<0,10; **p<0,05; ***p< 0,01
Tabela 5. Regressões dos Conflitos (Tobit) (variável dependente LFARC)
Variável
Modelo 17
Modelo 18
Modelo 19
Modelo 20
C
0,62(0,21)***
4,07(2,77)
-30,66(6,70)***
-15,60(8,55)*
LCOCA
0,21(0,03)***
0,33(0,07)***
0,38(0,07)***
0,41(0,07)***
LRECTRIPC
-0,96(0,55)*
-3,03(0,65)***
-2,15(0,67)***
LPIBRPC
2,82(0,51)***
1,55(0,62)**
MINERO
-11,01(11,84)
MINERO*LPIBRPC
0,80(0,75)
N
360
120
120
120
Criterio de Akaike
3,65
3,44
3,21
3,13
Fonte. Cálculos preparados pelos autores. *p<0,10; **p<0,05; ***p< 0,01
Tabela 6. Regressões dos Conflitos (Tobit) (variável dependente LFARC)
Variável
Modelo 21
Modelo 22
Modelo 23
Modelo 24
C
0,62(0,21)***
1,92(0,23)***
1,07(0,43)**
-0,54(0,35)
LCOCA
0,21(0,03)***
0,24(0,03)***
0,24(0,03)***
0,04(0,02)
LGINIT
3,67(0,47)***
4,07(0,50)***
1,75(0,38)***
LDISTANCIA
0,17(0,08)**
0,07(0,05)
JUSTICIA
-0,71(0,14)***
LFFMM
0,91(0,06)***
N
360
312
312
312
Criterio de Akaike
3,65
3,45
3,44
2,76
Fonte. Cálculos preparados pelos autores. *p<0,10; **p<0,05; ***p< 0,01
JANUS.NET, e-journal of International Relations
e-ISSN: 1647-7251
Vol. 9, Nº. 1 (Maio-Outubro 2018), pp. 141-158
Determinantes quantitativos da violência da guerrilha FARC-EP na Colômbia
Jerónimo Rios Sierra, Camilo Vargas, Paula Bula, Amalia Novoa Hoyos
!
158
!
Tabela 7. Estatísticas descritivas
Variável
Média
Desvio padrão
Máximo
Mínimo
ANDINO
0,34
0,47
1
0
COCA
3.472
5.252
47.120
0
DENS
119,09
256,58
1.433
0,45
DISTANCIA
719,9
1.565
9.281
0
FARC
30,1
33,6
169
1
FFMM
50,87
71,79
506
0
FRONTERA
0,31
0,46
1
0
GINI T
0,73
0,13
0,94
0,20
HOMI
47,48
35,46
195,4
0
JUSTICIA
0,58
0,49
1
0
MAR
0,30
0,50
1
0
MATE
43,49
2,62
52,28
37,91
MINERO
0,28
0,45
1
0
MINORIAS
0,31
0,46
1
0
MOR INF
19,61
7,00
11
44,7
PAZ
0,60
0,50
1
0
PIBRPC
6.846.656
4.571.636
38.439.912
2.168.265
RECTRIPC
126,24
68,84
446
43
SANTOS
0,16
0,37
1
0
SUPER
35.631
28.522
109.665
52
Fonte. Cálculos preparados pelos autores.