liderança e abordagem metodológica. A questão é: que tipo de competências
comunicacionais utilizadas pelos educadores podem favorecer o processo de
aprendizagem e de descoberta? As atividades didáticas e a aprendizagem colaborativa
baseiam-se na comunicação verbal, acompanhada de uma intensa comunicação não-
verbal e gestão do espaço proxémico. Por esta razão, considera-se a observação do que
acontece na "caixa negra" da sala de aula uma investigação de comunicação. Através da
comunicação, podemos observar características específicas de interação em contextos
de aprendizagem: a assimetria do relacionamento; as rotinas específicas que regem as
interações entre professores e alunos (a lição, a transação, a compensação, a explicação,
a pergunta, a avaliação, a resposta, etc.); e as peculiaridades assumidas pelo currículo
oculto na interação entre professor e alunos. Num ambiente educativo, podemos
distinguir três tipos diferentes de interações: aprendentes-aprendentes; aprendentes-
conteúdos e recursos ou experiências; aprendentes-educadores. Assim, quando
consideramos fatores de risco associados à interação, temos que analisar os tipos de
qualidade e quantidade: tipos de interações, domínios de interações (cognitivos,
afetivos), frequência das interações, interações específicas do género, interações
culturais específicas; mas igualmente a interação colaborativa típica de uma comunidade
de prática; e a dimensão emocional da aprendizagem relativamente aos aspetos
psicodinâmicos ou afetivos que podem favorecer ou impedir a aprendizagem. Por estas
razões, refletiremos sobre os elementos capazes de favorecer um processo de
aprendizagem positivo, analisando a correlação entre comunicação e educação.
A investigação social sobre a observação das interações na sala de aula pode adotar
perspetivas distintas. A primeira é a abordagem sociolinguística, que estuda o uso da
linguagem em diferentes contextos de aprendizagem. A segunda é a abordagem
etnográfica, que examina o que acontece na sala de aula diariamente, prestando atenção
ao processo de construção do conhecimento. A terceira é a abordagem psicossocial, que
investiga o modo de comportamento e os estilos de comunicação na sala de aula, através
da observação do ambiente na sala de aula. Estas são questões que tentamos explorar,
de forma breve, nas próximas linhas, sublinhando a sua relevância nos processos de
aprendizagem e descoberta e assim observar a relevância das competências
comunicacionais dos professores. As competências comunicacionais incluem muitas
competências necessárias aos oradores para uma comunicação efetiva e um evento
falado apropriado, como a competência linguística, que é a capacidade de compreender
e produzir formas corretas em termos fonológicos, morfossintáticos e lexicais; a
competência metalinguística, que se refere à capacidade de refletir um fenómeno
linguístico; a competência sociolinguística, referente à escolha de formas e registros
linguísticos, que devem ser adequados ao contexto sociocultural do evento
comunicacional em causa em termos do status e do papel de todos os participantes; a
competência estratégica ou a capacidade de usar o idioma para atingir os objetivos da
comunicação; as competências textuais e discursivas para compreender a produção,
identificação e classificação de textos, géneros comunicacionais e sequências discursivas;
a competência paralinguística referente aos itens ocultos, ou seja, entonação, pausas,
timbre, velocidade e volume do discurso; as competências extralinguísticas, comumente
definidas como a capacidade de usar códigos não-verbais de forma adequada e eficaz,
juntamente com o idioma, ou em vez do idioma, e as diferentes competências que lhe
são inerentes (competência cinésica, proxémica e vestémica); a capacidade de
reconhecer e usar várias ferramentas de comunicação; a competência cultural
relativamente às normas socioculturais, valores, costumes, os comportamentos de todos