PASSADO, PRESENTE E FUTURO DA ‘RESPONSABILIDADE DE
PROTEGER’: UM PERCURSO ATRIBULADO
Vítor Manuel Ramon Fernandes
vrf@sapo.pt
Professor Auxiliar de Relações Internacionais na Universidade Lusíada de Lisboa (Portugal).
Membro e Visiting College Research Associate, Wolfson College, University of Cambridge. Em
2015-16, esteve como Professor Visitante na Universidade de Cambridge, no Department of
Politics and International Studies. Doutorado em Relações Internacionais pela Universidade Nova
de Lisboa. Mestre em Economia (University of Kent, Canterbury, Reino Unido) e em Gestão de
Empresas (ISCTE–IUL). Licenciado em Economia (Faculdade de Economia da Universidade Nova
de Lisboa). Auditor do Curso de Defesa Nacional do Instituto de Defesa Nacional. Foi Diretor
(Vice President) no banco J.P. Morgan, inicialmente como economista em Paris, na Divisão de
Global Markets e, posteriormente, no Departamento de Corporate Finance em Madrid. Foi
Consultor Associado na McKinsey & Co em Lisboa e Administrador de várias empresas, onde se
incluem a OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, SA e a IDD, SA, na área da defesa, e o
Diário de Notícias, SA, na área dos media. É autor do livro “Paz e Guerra em Raymond Aron:
Ontologia e Epistemologia da Ordem Internacional”, publicado pelas Edições Instituto da Defesa
Nacional em 2016.
Palavras chave
Responsabilidade de Proteger; Intervenção Humanitária; ICISS; CSNU; Soberania
Resumo
O presente artigo pretende rever a temática da ‘Responsabilidade de Proteger’ em termos do
que tem sido a sua evolução desde o ano de 2000 e do que se pode esperar em relação ao
seu futuro, tendo em consideração, simultaneamente, a necessidade de proteger populações
vítimas de determinado tipo de agressões e a necessidade de preservar a ordem internacional.
O artigo analisa também as principais críticas de que esta doutrina tem sido alvo, bem como
alguns dos seus impactos na comunidade internacional e, significativamente, algumas das
dificuldades que têm surgido no seu desenvolvimento, num processo que tem sido
controverso e atribulado. São analisados alguns dos principais riscos e incertezas que pesam
sobre o seu futuro, particularmente considerando que um conjunto de países emergentes
discordantes da ordem liberal ocidental pretende ter uma participação mais ativa nos assuntos
internacionais. O argumento fundamental é que, o futuro desta doutrina deverá continuar a
ser conturbado e repleto de incertezas, e que para que ocorra uma evolução favorável será
necessário que, por um lado, exista uma cooperação multilateral genuína por parte dos
membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, por forma a acautelar
as alterações que se estão a operar na ordem internacional e, por outro, os Estados
considerem este tipo de crimes como uma questão essencial de segurança internacional e
como uma parte integrante dos seus interesses.
Como citar este artigo
Fernandes, Vítor Manuel Ramon (2017). "Passado, presente e futuro da ‘responsabilidade de
proteger?: um percurso atribulado". JANUS.NET e-journal of International Relations, Vol. 8,
N.º 2, Novembro 2017-Abril 2018. Consultado [online] em data da última consulta, DOI:
https://doi.org/10.26619/1647-7251.8.2.1
Artigo recebido em 29 de Maio de 2017 e aceite para publicação em 3 de Setembro de
2017