que as condições da EAEU não eram favoráveis para os oligarcas ucranianos, que
passariam a suportar elevadas tarifas nas suas exportações (Matuszak, 2012, pp.66-71).
Atendendo a estas posturas ambíguas face à aproximação à UE ou à Rússia, pode-se
apenas identificar o interesse dos oligarcas ucranianos na prosperidade dos seus
negócios, não sendo direta a sua associação a qualquer das opções em causa (Matuszak,
2012, pp.71-73).
A oposição interna a Yanukovich, nomeadamente o Partido Ukrainian Democratic Alliance
for Reform, via o acordo com a UE como uma oportunidade histórica de melhorar a vida
dos ucranianos, assim como das gerações futuras (Klitschko, 2013). A coligação
Fatherland Party considerava o acordo com a UE uma oportunidade para melhorar a
liberdade de expressão e a opressão que se vivia na Ucrânia (Kuzio, 2013).
No que diz respeito ao apoio popular a Yanukovich, este não era homogéneo em todo o
país. A mobilização cívica e política da sociedade ucraniana nas regiões a sudeste,
apoiante do Presidente, não era tão forte como no resto do país (Motyl, 2013), contudo
Yanukovich não considerava que esta última fosse relevante. O Presidente considerava
que os ucranianos se encontravam desiludidos e apáticos em relação à política, graças
aos casos de corrupção e de intrigas políticas registados frequentemente após a
Revolução Laranja (Mycio, 2013).
Consequentemente, a ameaça à sua sobrevivência que as manifestações e contestações
sociais representaram, após o adiamento da assinatura do acordo com a UE, não foram
antevistas por Yanukovich.
No que diz respeito às ameaças de colapso do governo ou coligação; à legitimidade,
poder e credibilidade política do líder e vetos parlamentares, não foram encontradas
evidências de como terão sido equacionadas por Yanukovich, pelo que não foram
consideradas nesta reflexão. Sabe-se apenas que, tal como mencionado anteriormente,
a contestação intensa que a população demonstrou logo após o adiamento da assinatura
do acordo não era esperada. O colapso do governo, assim como a perda de legitimidade,
poder e credibilidade política do líder só poderiam ter sido consideradas como muito
improváveis por Yanukovich. Só assim o Presidente poderia ter optado por adiar a
assinatura do acordo, uma vez que estas ameaças colocavam em causa a sua
sobrevivência no poder, o que já se verificou como sendo essencial para este.
Em resumo, Yanukovich cedeu às pressões russas e identificou a assinatura do acordo
com a UE a opção a não considerar. Esta escolha prendeu-se com o facto de Yanukovich
considerar que a sua sobrevivência no poder não estava em causa e que aumentaria a
probabilidade de ser reeleito em 2015. Para tal, concentrou as suas preocupações na
resolução do problema financeiro da Ucrânia no imediato e na resolução dos problemas
que os industriais da parte oriental do país estavam a viver com os bloqueios comerciais
russos.
c. Segunda etapa
Segundo a teoria PH, na segunda etapa do processo, a opção que será a decisão do líder
é selecionada em função da maximização das vantagens e minimização das
desvantagens que esta permite. No caso em análise, já se considerou a exclusão da
assinatura do acordo com a UE, restando apenas a opção de aproximação à Rússia. No