OBSERVARE
Universidade Autónoma de Lisboa
e-ISSN: 1647-7251
Vol. 11, Nº. 1 (Maio-Outubro 2020), pp. 105-119
EMPREENDEDORISMO E CRESCIMENTO ECONÓMICO:
O PAPEL DE MEDIAÇÃO DO ACESSO AO FINANCIAMENTO
Mohsen Mohammadi Khyareh
m.mohamadi@ut.ac.ir
Professor departamento de Ciências Administrativas e Económicas,
Universidade Gonbad e Kavous (Irão).
Resumo
O objetivo do presente trabalho consiste em examinar o papel mediador das finanças na
relação entre crescimento económico e empreendedorismo numa amostra de 17 países da
OCI. Desenvolvemos um modelo em que o financiamento bancário, como alternativa ao
acesso ao financiamento, medeia a relação entre o empreendedorismo na fase inicial total
(TEA) como alternativa para o empreendedorismo e o crescimento económico. A correlação,
a abordagem Baron e Kenny (abordagem por etapas causais) e a PROCESS Macro (teoria do
teste normal) desenvolvida por Hayes foram utilizadas para descobrir os efeitos diretos e
indiretos do financiamento entre o empreendedorismo e o crescimento económico. Os
resultados da mediação inicial indicaram que o financiamento era um indicador significativo
do empreendedorismo e que o empreendedorismo era um indicador significativo do
crescimento económico. Estes resultados corroboram a hipótese da mediação. Além disso, as
conclusões mostraram que existe uma relação positiva entre empreendedorismo e
crescimento económico e uma relação positiva entre finanças e crescimento económico nos
países da OCI. Além disso, os resultados deste estudo indicam que a associação total entre
empreendedorismo e crescimento económico nos países da OIC não só é direta, como também
que o empreendedorismo contribui para os níveis de crescimento económico através do
aumento dos níveis de financiamento. Em consequência, os países com níveis mais elevados
de acesso ao financiamento tenderam a apresentar um empreendedorismo em veis mais
elevados, o que, por sua vez, contribuiu para a emergência de maiores níveis de crescimento
económico. Os resultados indicaram que o efeito direto do empreendedorismo sobre o
crescimento económico continuou a ser significativo no controlo do financiamento, sugerindo
assim uma mediação parcial. Por outras palavras, as finanças apenas medeiam parte do
efeito do empreendedorismo no crescimento económico.
Palavras chave
Finanças, Empreendedorismo, Crescimento económico, efeito de mediação
Como citar este artigo
Khyareh, Mohsen Mohammadi (2020). "Empreendedorismo e crescimento económico: o papel
de mediação no acesso ao financiamento". JANUS.NET e-journal of International Relations,
Vol. 11, N.º 1, Maio-Outubro 2020. Consultado [em linha] em data da última consulta,
https://doi.org/10.26619/1647-7251.11.1.7
Artigo recebido em 3 de Setembro 2019 e aceite para publicação a 28 de Fevereiro de
2020
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EMPREENDEDORISMO E CRESCIMENTO ECONÓMICO:
O PAPEL DE MEDIAÇÃO DO ACESSO AO FINANCIAMENTO
Mohsen Mohammadi Khyareh
1- Introdução
O empreendedorismo é geralmente visto como um estímulo essencial para o crescimento
económico através do ambiente. Por conseguinte, considera-se essencial reconhecer o
papel do empreendedorismo para alcançar o fator de progresso económico, com vista ao
reconhecimento do progresso da sociedade (Al-Sokari et al., 2014). Um conjunto
crescente de pesquisas tem demonstrado um impacto positivo do empreendedorismo
numa série de indicadores económicos, incluindo o investimento e o investimento direto
estrangeiro (Goel, 2018), produtividade (Williams & Thompson, 1998), igualdade de
rendimentos e riqueza (Lippman et al., 2005; Packard & Bylund, 2018), desenvolvimento
do capital humano (Martin et al., 2013; Marvel et al., 2016) e exportações (Cumming et
al., 2014). Além disso, estudos empíricos anteriores analisaram a relação entre
empreendedorismo e crescimento económico (Wennekers & Thurik, 1999; Audretsch et
al., 2006; Carree & Thurik, 2010; Valliere & Peterson, 2009; Baumol & Strom, 2007).
Defendem que o empreendedorismo pode contribuir significativamente para o
crescimento económico, servindo como meio para inovar, divulgar conhecimentos,
aumentar a concorrência e aumentar a diversidade. Além disso, a maioria dos estudos
utilizou relações diretas para confirmar o impacto do empreendedorismo no crescimento
económico. Alguns deles têm demonstrado o impacto significativo do empreendedorismo
no crescimento económico (Baumol 1990, Kreft & Sobel, 2005; Nyström, 2008; Parker,
2018), enquanto alguns estudos demonstraram uma influência insignificante do
empreendedorismo no crescimento económico (Caree et al., 2007). Do acima exposto,
estudos empíricos mostram resultados mistos sobre o papel do empreendedorismo no
crescimento económico devido à diversidade de tipos de empreendedorismo, mas
também sobre as características do ambiente macroeconómico em que ocorre o
crescimento económico.
Algumas contribuições abordaram a natureza e o alcance da relação entre finanças e
crescimento económico (Allen et al., 2005; Law & Singh, 2014). O papel do sistema
financeiro para o desenvolvimento económico tem recebido uma atenção crescente por
parte de académicos e decisores políticos (Ndikumana 2001), conduzindo a diferentes
pontos de vista. O foco nesta área tem aumentado nas últimas décadas com resultados
mistos, mantendo-se uma controvérsia teórica e empírica (Boulika and Trabelisi 2002).
A principal razão pela qual as finanças são importantes é que o desenvolvimento
financeiro e a corretagem provaram ser empiricamente um importante impulsionador do
crescimento económico e do desenvolvimento. evidências de que este processo não
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conduz ao desenvolvimento económico, mas também pode desempenhar um papel
positivo na redução da pobreza e da desigualdade de rendimentos. Apesar do seu papel
fundamental no avanço da eficiência e igualdade na sociedade, 2,7 biliões de pessoas
(70% da população adulta) nos mercados emergentes ainda não têm acesso aos serviços
financeiros básicos, e uma grande parte delas vem de países com uma população
predominantemente muçulmana. Dado o crescente interesse no desenvolvimento de um
sistema financeiro, vale a pena examinar a contribuição do financiamento para a relação
entre empreendedorismo e crescimento. O acesso ao financiamento está a aumentar
rapidamente em todo o mundo, devido à procura de produtos e serviços financeiros.
Todas estas diferentes perspetivas fornecem razões suficientes para pensar na relação
indireta e mediadora que é o principal objetivo do presente estudo. Enquanto a pesquisa
anterior se concentrou principalmente em determinar se existe uma relação entre um
par destas três variáveis. "Consequentemente, a principal preocupação do presente
estudo é preencher a lacuna e examinar a relação entre estas três variáveis,
considerando as relações indiretas entre empreendedorismo e crescimento económico e
o impacto do desenvolvimento financeiro na relação entre empreendedorismo e
crescimento. Neste contexto, o objetivo da nossa pesquisa é examinar o papel mediador
do financiamento bancário como um instrumento para o acesso ao financiamento na
relação entre o empreendedorismo total na fase inicial (TEA) como um instrumento para
o empreendedorismo e o crescimento económico (expresso como PIB per capita (produto
interno bruto)) e para determinar se a contribuição do empreendedorismo para o
crescimento económico difere em função do acesso ao financiamento dos empresários
de um país. A nossa análise empírica baseia-se nos dados do painel que cobrem o período
2013-2018 e 17 países membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) (Bahrain,
Bangladesh, Brunei, Egipto, Indonésia, Irão, Jordânia, Kuwait, Malásia, Nigéria, Omã,
Paquistão, Qatar, Arábia Saudita, Sudão, Turquia e Emirados Árabes Unidos), que foram
selecionados com base na disponibilidade de dados relativos, em particular, ao
empreendedorismo. O estudo contribui para a literatura sobre empreendedorismo e
crescimento económico de três formas. Primeiro, oferecemos novos insights sobre o
papel mediador do acesso ao financiamento sobre o nexo entre o crescimento e o
empreendedorismo. Segundo, tanto quanto sabemos, nenhum artigo examinou a relação
entre desenvolvimento financeiro, empreendedorismo e crescimento económico nos
países da OCI. Em terceiro lugar, este artigo contribuirá igualmente para a literatura,
incorporando dados de séries de tempo atualizados que abrangem estratégias recentes
para as principais variáveis utilizadas. Nesta perspetiva, este trabalho tenta responder à
seguinte questão de pesquisa: se o financiamento medeia a relação entre
empreendedorismo e crescimento económico nos países da OCI?
O resto do estudo foi dividido em cinco secções. A secção dois discute a literatura sobre
empreendedorismo e a sua relevância para as finanças e o crescimento económico.
Enquanto a terceira apresenta o método empírico e os dados utilizados; a quarta secção
trata da metodologia de investigação e a última secção trata das implicações práticas,
conclusões e limitações deste artigo.
2- Revisão da Literatura
2.1- Empreendedorismo e crescimento económico
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O empreendedorismo é considerado um dos motivos básicos para o crescimento
económico, na medida em que aumenta a prosperidade da sociedade que produz e
fornece mais serviços e cria novas oportunidades de emprego. Por esta razão, muitos
países tentaram consolidar as atividades empresariais e procurar os fatores que
melhoram essa atividade, uma vez que esta desempenha um papel ativo no crescimento
económico (Méndez-Picazo et al., 2012).
O empreendedorismo suscitou grande interesse nas últimas décadas e é visto como um
importante motor do desenvolvimento económico, da sociedade inclusiva, do bem-estar
e uma fonte de inovação. Há duas tendências na literatura empresarial quando se avalia
o impacto do empreendedorismo no desenvolvimento económico. Um deles baseia-se
em modelos horizontais de crescimento da inovação e numa gama de produtos cada vez
maior. (e.g. Romer, 1990). A outra baseia-se em modelos de crescimento vertical da
inovação e no aumento da qualidade (e.g. Schumpeter 1934; Aghion & Howitt, 1992), o
que se explica principalmente pelo famoso argumento de Joseph Schumpeter de
"destruição criativa", segundo o qual um empresário diz que quando um novo produto é
comercializado ou quando uma inovação tecnológica é comercializada, as empresas
menos produtivas são retiradas do mercado e é criado um ambiente mais competitivo
que conduz a uma maior produtividade e crescimento económico (Schumpeter, 1934).
Desde então, Acs et al., (2012) completaram a literatura económica com a teoria da
difusão do conhecimento sobre o empreendedorismo. Os autores assumem que o
conhecimento economicamente relevante é o mais importante, com o empreendedorismo
a desempenhar o papel de elo de ligação entre conhecimento, comercialização e
crescimento económico. Existem várias explicações teóricas para a relação entre
crescimento económico e empreendedorismo (Baumol, 1990; Desai et al., 2013).
Enquanto Solow (1956) considerava o capital físico e humano como os motores do
crescimento económico, Romer (1990) desenvolveu o modelo de Solow (1956),
sublinhando a importância do capital do conhecimento como fator endógeno, tendo o
capital humano e as inovações tecnológicas como os principais impulsionadores do
crescimento económico. Romer (1990) defende ainda que as novas ideias e a maior parte
da investigação e desenvolvimento (I&D) são produzidas por empresários bem formados
que criam e exploram novos avanços tecnológicos e, em última análise, impulsionam o
crescimento económico. Embora o modelo de crescimento económico de Romers (1990)
tenha ajudado a explicar as diferentes taxas de crescimento entre países, Acemoglu et
al. (2014) argumentaram que se estas instituições proporcionarem incentivos adequados
para que os empresários sejam mais produtivos e, em última análise, contribuam para o
crescimento económico, as instituições poderão desempenhar um papel central na
produção e organização dos fatores de produção (i.e. capital físico, capital humano e
inovações tecnológicas). Historicamente, Schumpeter (1934) introduziu pela primeira
vez o importante papel do empreendedorismo no crescimento económico. Afirmou que
os empresários inovadores eram referidos como "agentes de destruição criativa". Estes
"agentes" destroem o valor dos mercados existentes, criando novos mercados com novos
produtos, serviços e inovações tecnológicas que oferecem maiores retornos do que as
empresas existentes. Contrariamente aos modelos de crescimento anteriores,
Schumpeter (1934) concluiu que a destruição criativa é a fonte final do crescimento
económico. Dado o crescimento económico e o desenvolvimento, é melhor privilegiar o
empreendedorismo que pode conduzir ao crescimento económico (Acs, 2006).
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2.2- Finanças e crescimento económico:
O crescimento económico tem sido de grande interesse em muitos trabalhos e pesquisas
macroeconómicas. Por conseguinte, é imperativo que este tema seja também abordado
à luz do acesso ao financiamento. A relação entre finanças e crescimento começa com
os artigos de Bagehot (1873) sobre o pensamento clássico e, mais tarde, com o trabalho
de Schumpeter (1912). Por outro lado, a literatura moderna sobre crescimento
económico começa frequentemente com a pesquisa que levou Robert Solow a receber
um Prémio Nobel em meados da década de 1950. Ainda assim, a literatura teórica e
empírica da época focava principalmente o papel dos recursos de capital e de mão-de-
obra e a utilização da tecnologia como recursos de crescimento para assegurar o
crescimento económico.
O papel do desenvolvimento financeiro é particularmente importante na atribuição de
recursos para a sua utilização mais produtiva. Além disso, os serviços prestados pelo
setor financeiro podem contribuir para o crescimento económico: (i) produção de
informação ex-ante sobre oportunidades de investimento; (ii) melhorar o
acompanhamento ex-post do investimento e exercer o controlo das empresas; (iii)
facilitar a gestão e diversificação do risco; (iv) mobilização e agrupamento das
poupanças; e (v) facilitar a troca de bens e serviços (Levine, 2005).
Além disso, muitos dados apontam no sentido de o desenvolvimento financeiro ser um
motor do crescimento económico (ver, por exemplo, Levine et al., 2000; Beck et al.,
2000). Além disso, Levine (2002) afirma que a evolução financeira global está fortemente
ligada ao crescimento económico, independentemente de se basear em bancos ou no
mercado. A falta de acesso adequado às fontes de financiamento para os empresários é
considerada como um dos principais desafios para a criação de uma empresa. Devido às
desvantagens dos bancos comerciais e das instituições financeiras ativas no domínio dos
serviços financeiros dos países, o financiamento e a prestação de outros serviços
financeiros às micro, pequenas e médias empresas é frequentemente oneroso. A
pesquisa existente sobre o acesso dos empresários ao financiamento considera tanto os
fatores do lado da procura como da oferta que afetam o acesso dos empresários ao
financiamento (Carter et al., 2003). Os argumentos do lado da procura aumentam a
aversão ao risco como fator de redução da disponibilidade dos empresários em recorrer
a recursos financeiros externos (Mittal & Vyas, 2011). Por outro lado, a argumentação
do lado da oferta discrimina as instituições financeiras quanto ao pagamento de recursos
financeiros baseados no empreendedorismo (Carter & Shaw, 2006). O acesso ao
financiamento é também o objeto mais amplamente reconhecido da política de
empreendedorismo, e os não empreendedores citam regularmente a insuficiência de
financiamento como um obstáculo à criação de uma empresa (Choo e Wong, 2006). Além
disso, o domínio do empreendedorismo, com contribuições seminais de Williamson
(2000), defende que o empreendedorismo desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento económico. Estudos recentes sobre o crescimento económico mostram
que os empresários são uma causa fundamental do crescimento económico, dando forma
a causas mais próximas como a acumulação de capital físico e humano (Hall e Jones
1999; Acemoglu et al. 2014). A literatura, porém, separa em grande parte as análises
do financiamento sobre a relação entre empreendedorismo e crescimento económico.
Alguns autores pesquisam as ligações entre o financiamento, o empreendedorismo e o
crescimento económico.
Assim, com base na literatura acima referida, chegámos às seguintes hipóteses:
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H1: Existe uma associação positiva entre financiamento e crescimento económico
H2: “Existe uma associação positiva entre financiamento e empreendedorismo
H3: O financiamento medeia a relação entre crescimento económico e
empreendedorismo
3- Os desafios do desenvolvimento e o papel do financiamento nos países OCI
O sistema financeiro tem um papel proeminente na canalização eficiente de fundos para
investimentos
para apoiar o crescimento económico que resulta na diminuição da desigualdade de
rendimentos, especialmente nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos, tais
como os membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI). O sistema financeiro
desempenha um papel proeminente na canalização eficiente de fundos para
investimentos de apoio ao crescimento económico, o que leva a uma redução da
desigualdade de rendimentos, especialmente nos países em desenvolvimento e
subdesenvolvidos, tais como os membros da Organização para a Cooperação Islâmica
(OCI). A componente-chave de um sistema financeiro é a banca. Atuam como
intermediários entre os fornecedores de fundos e aqueles que necessitam de fundos que
contribuam para o crescimento económico. Os bancos também desempenham um papel
na implementação da política monetária de um país. Desta forma, os bancos rentáveis
assegurarão a continuidade do crescimento económico e a estabilidade do sistema
financeiro.
Com base nas perspetivas económicas da OCI (2019), os países OCI estão bem-dotados
de recursos produtivos, especialmente humanos e naturais. A utilização eficiente destes
recursos pode conduzir a taxas de crescimento económico e de bem-estar humano mais
elevadas. A utilização ineficaz dos recursos produtivos leva a taxas de crescimento e
níveis de rendimento mais baixos. Tal deve-se também ao facto de as economias da OCI
se caracterizarem sobretudo por uma elevada concentração das exportações e por uma
diversificação limitada da economia nacional. Outra consequência importante da
utilização ineficiente dos recursos produtivos é a falta de competitividade. Neste
contexto, os países membros da OCI não puderam crescer a longo prazo como os países
industrializados no século passado. Há uma série de instrumentos que os países da OCI
podem utilizar para enfrentar os desafios do desenvolvimento e alcançar taxas de
crescimento mais elevadas. Isto inclui o investimento na capacidade humana e
institucional, facilitando o progresso tecnológico e a inovação, e a canalização de recursos
para o investimento produtivo através do desenvolvimento financeiro. Um elemento
importante na combinação de políticas para aumentar a produtividade e a
competitividade é a necessidade de manter a estabilidade macroeconómica, uma vez que
isso criaria um ambiente empresarial livre de incertezas e de custos inesperados. Para
além da instabilidade económica, a instabilidade política tem também um impacto
importante nas vias de crescimento em alguns países da OCI, onde o impacto negativo
do conflito armado vai muito além do custo social e económico mensurável. As iniciativas
a nível mundial, os mecanismos de resolução regional e os esforços a nível nacional não
satisfizeram as necessidades crescentes dos países em desenvolvimento para financiar o
seu desenvolvimento e permitir-lhes completar o estatuto de país em desenvolvimento.
A CNUCED estima que as necessidades totais de financiamento, incluindo as
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necessidades de investimento, nos países em desenvolvimento variam entre 3,3
triliões de dólares e 4,5 triliões de dólares por ano. Alguns países da OCI são ricos em
recursos onde estes têm um grande potencial para promover o desenvolvimento. Do
ponto de vista financeiro, o financiamento islâmico nos países da OCI oferece uma janela
de oportunidade que poderia ser utilizada para preencher a lacuna do financiamento do
desenvolvimento. Os países da OCI têm uma longa história de colaboração ativa no
âmbito da OCI em muitos domínios, desde o desenvolvimento do comércio e das
infraestruturas até ao reforço das capacidades e dos investimentos. Isto facilita a
transferência de capital, saber-fazer e conhecimentos especializados entre os países
membros da OCI, que são cruciais para o desenvolvimento. Isto facilita a transferência
de capital, saber-fazer e conhecimentos especializados entre os países membros da OCI,
que o cruciais para o desenvolvimento. Finalmente, os países da OCI dispõem de
instrumentos e mecanismos únicos, incluindo instrumentos financeiros islâmicos, fundos
Zakat e Waqf, com potencial para dar um contributo positivo significativo para o
financiamento do desenvolvimento. Globalmente, estes fatores melhorariam o
financiamento do desenvolvimento nos países da OCI, ajudando a ir além da
compreensão tradicional e a beneficiar de mecanismos de solução únicos.
4- Dados e Metodologia
4.1- Dados
No presente estudo, o empreendedorismo, enquanto variável independente, decidiu
assumir uma parte da atividade empresarial total na fase inicial da empresa (TEA). Os
dados sobre empreendedorismo foram retirados da base de dados Global
Entrepreneurship Monitor a partir de 2013-2017. O documento utiliza o crédito interno
ao sector privado pelos bancos como um substituto para o acesso ao financiamento. Para
termos um painel de dados equilibrado, limitámos os dados utilizados aos anos
abrangidos por todos os conjuntos de dados e, em seguida, teríamos acabado por
constatar que os dados são constituídos por 17 países de todo o mundo e rastreiam a
informação desde 2013 até 2017. O conjunto de dados para o crescimento económico foi
obtido junto do Banco Mundial.
O crescimento do PIB dos países da OCI abrandou para 3,1% em termos reais em 2018,
em comparação com 3,8% em 2017. O crescimento económico nos países da OCI deverá
diminuir para 2,4% em 2019 e continuar a ser inferior à média mundial. Só em 2020 se
prevê que os países da OCI cresçam acima da média mundial. Os países OCI com
rendimentos mais baixos têm vindo a crescer a um ritmo inferior à média OCI no período
2014-2018, o que implica um fosso cada vez maior entre os países ricos e os países
pobres da OCI. A nível de cada país, a Líbia, com uma taxa de crescimento de 17,9% em
2018, era a economia em mais rápido crescimento no grupo de países da OCI. No total,
26 países da OCI registaram uma taxa de crescimento superior à média mundial de 3,6%
em 2018 (Perspetivas Económicas da OCI).
O nível de desenvolvimento do sector financeiro nos países da OCI continua a ser
superficial. As verbas avultadas em relação ao PIB dos países da OCI foram registadas
em 60,1% em 2, ou seja, 137% nos países em desenvolvimento não-OCI e 124% da
média mundial. O crédito interno concedido pelo sector financeiro nos países da OCI
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representava, em média, 141,8% do PIB, enquanto nos países em desenvolvimento não-
OCI, por outro lado, o acesso ao financiamento nos países da OCI melhorou
significativamente, passando de 27,8% em 2011 para 46,3% em 2017. A profundidade
financeira nos países da OCI continua a ser pouco profunda e necessita de ser melhorada.
Sem o acesso ao financiamento, seria difícil esperar que as atividades empresariais
florescessem e contribuíssem para o desenvolvimento económico. O acesso ao
financiamento nos países da OCI continua a ser uma das mais importantes limitações
enfrentadas na promoção da atividade empresarial. Além disso, as pequenas empresas
referem sistematicamente obstáculos de financiamento mais elevados do que as médias
e grandes empresas, sendo também mais adversamente afetadas no seu funcionamento
e crescimento por esses obstáculos. Por conseguinte, são necessárias abordagens
inovadoras para resolver as limitações de financiamento das empresas para que estas
invistam em oportunidades de investimento produtivo. Nos capítulos seguintes será
discutida mais detalhadamente a questão da mobilização de recursos para o
financiamento do desenvolvimento (Perspetivas Económicas da OCI, 2019).
4.2- Modelo
O método de Baron e Kenny para determinar se uma variável independente influencia
uma variável dependente através de um mediador é tão bem conhecido que é utilizado
pelos autores e solicitado pelos revisores de forma quase reflexiva. Para determinar que
uma variável independente X influencia a variável distal dependente Y através de uma
variável mediadora M, como mostra a figura 1, Baron e Kenny (1986) recomendam três
testes.
Figura1: Diagrama de um modelo básico de mediação
Uma variável atua como mediadora se preencher as seguintes condições: (a) As
variações nos níveis das variáveis independentes explicam variações significativas no
mediador suspeito (ex., caminho a), (b) As variações no mediador explicam variações
significativas na variável dependente ( ex., caminho b) e (c), quando os caminhos a e b
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são controlados, uma relação anteriormente significativa entre as variáveis
independentes e dependentes deixa de ser significativa, sendo que a evidência mais forte
de mediação ocorre quando o caminho c é zero. Note-se que a condição c exige um teste
de significância para o caminho "direto" c. Os caminhos a, b e c são testados e estimados
pelas equações 1, 2 e 3:

(1)
 
 
(2)
 
(3)
Baron e Kenny afirmam, então: Para testar a mediação, deve-se estimar as três
seguintes equações de regressão: primeiro, fazendo a regressão do mediador sobre a
variável independente; segundo, fazendo a regressão da variável dependente em relação
à variável independente; e em terceiro lugar, fazendo a regressão da variável dependente
tanto da variável independente como do mediador… Para estabelecer a mediação, devem
ser cumpridas as seguintes condições: em primeiro lugar, a variável independente deve
afetar o mediador na primeira equação; em segundo lugar, deve ser demonstrado que a
variável independente influencia a variável dependente na segunda equação; e, em
terceiro lugar, o mediador deve influenciar a variável dependente na terceira equação.
Baron e Kenny continuam a recomendar o teste Z de Sobel para o caminho indireto  
na figura 1, como mostra a equação l teste Z para o caminho indireto a ×b na figura 1,
como mostra a equação (4):


(4)
Aqui a, b, e os seus erros-padrão ao quadrado provêm das equações 1 e 3,
respetivamente. Iremos contestar três destes pontos. Primeiro, Baron e Kenny afirmam
que a mediação é mais forte quando existe um efeito indireto, mas nenhum efeito direto
na equação 3. Mas a força da mediação deve ser medida pela dimensão do efeito indireto
e não pela ausência do efeito direto. A presença do efeito direto pode informar a
teorização sobre outros mediadores. Em segundo lugar, não deve haver um "efeito
mediador" significativo na Equação 2. Deve haver apenas um critério para estabelecer a
mediação de que o efeito indireto   é significativo. Outros testes Baron e Kenny são
especialmente úteis na classificação do tipo de mediação. Em terceiro lugar, o teste Sobel
é, em alguns casos, extremamente pobre em comparação com um teste de bootstrap
popular de Preacher e Hayes (2004). Além disso, um investigador que espera um efeito
indireto positivo   pode ignorar o facto de, apesar das correlações positivas entre X
e Y, X e M e Y e M, poder ser significativo e negativo. Baron e Kenny (1986) afirmam
que as provas da mediação são mais fortes, mas quando um efeito indireto, não
um efeito direto a que chamam "mediação total". Se houver efeitos indiretos e diretos,
chamam-lhe "mediação parcial". Embora a mediação completa seja o padrão-ouro,
Iacobucci (2008) afirma: "Se todos os testes forem feitos e relatados adequadamente, a
maioria dos artigos termina com" mediação parcial". Ou seja, a mediação é normalmente
acompanhada de um efeito direto.
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5- Resultados e Análise
Foram realizadas ltiplas análises de regressão e mediação para avaliar cada
componente do modelo de mediação proposto, utilizando o PROCESS Macro (Hayes,
2013) e o SPSS 23.
No primeiro passo, verificou-se que o espírito empresarial estava positivamente
associado ao crescimento económico (efeito total) (b = 23.2, t = 18.23, p < .001). No
segundo passo, verificou-se que o financiamento estava positivamente relacionado com
o empreendedorismo (b = 10.34, t = 12.82, p < .001). Por último, na terceira etapa, os
resultados indicaram que o aumento do financiamento estava positivamente associado
ao crescimento económico (b = 1.225, t = 4.32, p < .001).
Figura 2: Modelo de acesso ao financiamento como mediador
Empreendedorismo - crescimento económico
Os quadros 2 e 3 ilustram que todas as vias são estatisticamente significativas. Os
resultados da análise da mediação confirmaram o papel mediador do financiamento na
relação entre o acesso ao espírito empresarial e o crescimento económico nos países
OCI. (b = 12.67; CI = 4.231 to 8.581).
Além disso, os resultados indicam que o efeito direto do empreendedorismo sobre o
crescimento económico continua a ser significativo (b = 12.67, t = 5.36, p < .001) ao
controlar para fins de financiamento, sugerindo assim uma mediação parcial. Por outras
palavras, o financiamento apenas medeia parte do efeito do empreendedorismo no
crescimento económico, ou seja, a intervenção (empreendedorismo) tem algum efeito
direto residual mesmo depois de o mediador (financiamento) ser introduzido no modelo.
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Tabela 2: Efeito mediador do acesso ao financiamento no crescimento económico através do
empreendedorismo
Efeito
Caminho
Média
SD
95% Limite
inferior (BC)
95% Limite
superior (BC)
Efeito
indireto
FIN ENT GDP→→
12.67
1.351
4.231
8.581
Nota: SD: desvio-padrão; BC: Corrigido de enviesamento
Do intervalo de confiança do percentil bootstrap apresentado no Quadro 2, todo o
caminho é 95% das estimativas bootstrap, não incluindo zero. Este intervalo de confiança
leva a concluir que os efeitos indiretos do acesso ao financiamento sobre o
empreendedorismo são significativamente diferentes de zero.
Tabela 3: O efeito direto, o efeito indireto e o efeito total
caminho
Direto
Indireto
Total
FIN ENT
10.53
12.67
23.2
ENT GDP
1.225
-
1.225
Tabela 4: Resumo das Correlações de Ordem Zero, Correlações Semi-parciais e Coeficientes de
Correlação Semi-parcial Quadrada
variável
2
R
Ordem zero
parcial
Semi-parcial
(part)
*
Financiamento
0.489
0.598
0.259
0.262
0.146
Empreendedorismo
0.421
0.135
0.142
0.171
* Correlação semi-parcial quadrada
A tabela 4 mostra a realização da correlação entre a ordem zero, parcial e de parte (semi-
parcial) de acesso ao financiamento e o controlo do crescimento económico para o
empreendedorismo. A correlação parcial entre o acesso ao financiamento e o crescimento
económico é de 0,259, o que é inferior à correlação quando o efeito do
empreendedorismo não é controlado para (r = 0.598). Em termos de variância, o valor
de R
2
para a correlação parcial é de 0,13, o que significa que o empreendedorismo
partilha agora apenas 13% da variação do crescimento económico (em comparação com
35,8% quando o financiamento não era controlado). A realização desta análise mostrou-
nos que o empreendedorismo, por si só, explica algumas das variações do crescimento
económico. As correlações semi-parciais (também chamadas correlações parciais)
indicam a contribuição "única" de uma variável independente. Especificamente, a
correlação semi-parcial ao quadrado para uma variável diz-nos o quanto R
2
irá diminuir
se essa variável for removida da equação de regressão. Se quisermos saber o que seria
o R
2
se o acesso ao financiamento fosse eliminado da equação, basta calcular
2
R
-
2
1
sr
= 0.489 - 0.146 = 0.343;
e, se quisermos saber o que aconteceria se o espírito empresarial fosse eliminado da
equação, calcula-se
2
R
-
2
2
sr
= 0.489 - 0.131 = 0.318.
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Dos resultados acima referidos, podemos concluir que o acesso ao financiamento tem
um efeito positivo sobre o empreendedorismo, o que indica que a nossa primeira hipótese
se confirma empiricamente. Além disso, o empreendedorismo tende a aumentar o nível
de crescimento económico; estes resultados apoiam a nossa segunda hipótese. Além
disso, um exame do efeito indireto específico (ver tabela 1) indica que o acesso ao
financiamento é um mediador.
6- Conclusão
O principal objetivo desta pesquisa foi fornecer informações sobre o papel mediador do
financiamento na relação entre o empreendedorismo e o crescimento. Encontramos
provas claras de que o empreendedorismo após o controlo do acesso ao financiamento
tem um impacto positivo significativo no crescimento económico. A relação positiva entre
empreendedorismo e crescimento económico é bem conhecida e documentada. Contudo,
mostramos que o empreendedorismo também tem efeitos positivos indiretos no
crescimento económico, melhorando o acesso ao financiamento e não tendo apenas um
impacto direto. A mediação do financiamento entre o empreendedorismo e o crescimento
económico mostra que um melhor acesso ao financiamento conduziria a uma melhoria
do crescimento económico. Estes resultados mostram que a relação global entre
empreendedorismo e crescimento económico não é apenas direta, mas também que o
acesso dos empresários ao financiamento contribui para o crescimento económico. Em
consequência, os países OCI de nível mais elevado tenderam a experimentar um maior
nível de empreendedorismo, o que, por sua vez, contribuiu para um maior crescimento
económico. Além disso, os resultados mostraram que existe uma correlação positiva
entre o aumento das atividades empresariais e o crescimento económico.
O presente estudo aprofunda a literatura sobre o crescimento económico, tendo em conta
o efeito mediador do financiamento entre o empreendedorismo e o crescimento
económico. As provas do impacto indireto do financiamento na relação entre
empreendedorismo e crescimento económico mostram que o acesso ao financiamento
contribui significativamente para a promoção do crescimento económico. Além disso, os
resultados das pesquisas atuais e anteriores sugerem que, para estimular e melhorar o
crescimento económico, os países OCI devem criar um ambiente que possa melhorar o
acesso ao financiamento e, consequentemente, promover o crescimento económico. Em
termos financeiros, o acesso ao financiamento nos países da OCI proporciona uma janela
de oportunidade que poderá ser utilizada para preencher a lacuna do financiamento do
desenvolvimento. As contribuições financeiras islâmicas, incluindo o Zakat, estão
estimadas em cerca de 2 biliões de dólares em 2015, que deverá aumentar para 3 biliões
de dólares até 2020. Por exemplo, a concessão de subvenções Zakat por instituições
formais pode garantir que mais pessoas sejam alcançadas e se chegue às mais
necessitadas, podendo, por conseguinte, contribuir para a realização do desenvolvimento
sustentável. Muitos países OCI precisam de desenvolver mais esforços para alcançar um
desenvolvimento sustentável, para o qual têm de ser consagrados mais recursos
financeiros.
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