de 1999, constituiu uma força internacional, a INTERFET (International Force in East
Timor), para restaurar a lei e a ordem no país, proteger e apoiar a UNAMET e facilitar a
assistência humanitária. No dia 20 de Setembro, a INTERFET, sob comando australiano
e com o consentimento indonésio, inicia o seu mandado em Díli, dispondo de um efectivo
militar de aproximadamente 7.500 homens provenientes de 12 países.
Um passo importante na construção deste novo país foi dado pela Indonésia quando
revogou a anexação da 27ª Província, Timor-Leste, a 19 de Outubro de 1999. Poucos
dias depois, a 25 de Outubro, o Conselho de Segurança estabelece, pela Resolução 1272,
a UNTAET (United Nations Transitional Administration in East Timor), enquanto operação
multidimensional de peacekeeping, cujo mandato compreendeu o período de Outubro de
1999 a Maio de 2002. O objectivo central das operações de peacekeeping residia na
criação de condições para a estabilidade de um país, de tal forma que fosse possível,
num ambiente de paz, apostar na capacitação de recursos humanos e no
desenvolvimento institucional, contribuindo assim para a legitimidade do (novo) Estado.
Na verdade, a UNTAET constituía-se como uma figura actuante em três frentes: uma
administração transitória da ONU do território timorense, detendo poderes para exercer
todas as funções legislativas e executivas, incluindo a administração da justiça e ordem
pública com as forças policiais; funções de segurança e manutenção da ordem de
componente militar; e a coordenação da assistência humanitária.
Timor-Leste tornou-se um país independente em 20 de Maio de 2002, momento em que
a UNTAET foi substituída pela UNMISET (The United Nations Mission of Support in East
Timor) através da Resolução 1410, de 17 de Maio de 2002. Esta nova missão, também
de peacekeeping, tinha um mandato inicial de um ano e estava investida da garantia da
segurança e da estabilidade de Timor-Leste, nomeadamente, na assistência às estruturas
administrativas críticas para a viabilidade e a estabilidade políticas do país; no apoio à
segurança pública e ao desenvolvimento da Polícia; e na manutenção da segurança
externa de Timor. A UNMISET viu o seu mandato renovado até 20 de Maio de 2005 como
forma de assegurar e consolidar os resultados alcançados pela UNTAET e até as
autoridades timorenses assumirem as responsabilidades de forma autónoma.
Em Maio de 2005, com o fim de mandato da UNMISET foi criada uma missão política,
designada de United Nations Office in Timor-Leste (UNOTIL), para prestar auxílio no
desenvolvimento das instituições básicas do Estado timorense, incluindo as forças
policiais, e dar formação em governação democrática e direitos humanos. Com uma
duração prevista de um ano (até Maio de 2006), a delegação da UNOTIL esteve no
terreno até Agosto desse ano devido ao agravamento da situação política, humanitária e
de segurança. A situação agudizou-se ao ponto de, a 11 de Junho de 2006, as mais
elevadas autoridades políticas do país, designadamente, Presidente da República,
Presidente do Parlamento e Primeiro-Ministro, terem dirigido uma carta ao Secretário-
Geral da ONU a solicitar que este propusesse ao Conselho de Segurança a criação de
uma força policial das Nações Unidas em Timor-Leste para a manutenção da ordem até
à reorganização da polícia nacional. O Secretário-Geral recomendou, efectivamente, uma
missão multidimensional e integrada da ONU, com o objectivo de apoiar o governo
timorense em diversas vertentes, concretamente na reconciliação nacional, nos
processos eleitorais para presidente e para o parlamento, na segurança e na capacitação
institucional na monitorização, promoção e protecção dos direitos humanos.
A última missão de peacekeeping das Nações Unidas em Timor-Leste, a UNMIT (United
Nations Integrated Mission in Timor-Leste), foi estabelecida pela Resolução 1704 de 25